A Agenda 150 Anos de Memória Histórica do Tribunal de Justiça Bandeirante trouxe ontem (27) uma figura do passado que serve de inspiração para se atravessar os tempos atuais de crise. O desembargador Theodomiro Dias presidiu o Tribunal de Justiça de São Paulo no biênio 1948/1949 e teve atuação como magistrado que “serve de farol, paradigma” para o presente, afirmou o presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini.

        A incumbência de rememorar o trabalho do homenageado coube a seu filho, o ministro José Carlos Dias. “Entre tantas lições que de meu pai recebi, talvez a mais importante tenha sido o amor à Justiça”, começou ele, que em seguida falou sobre a carreira do desembargador.

        Theodomiro Dias nasceu no ano de 1886, em Itapetininga, interior de São Paulo. Exerceu a advocacia por 27 anos antes de tornar-se o primeiro advogado a ingressar no Tribunal de Justiça pelo Quinto Constitucional. O ministro Dias citou palavras do discurso de posse de seu pai que exemplificam a personalidade e a conduta do homenageado: “Antes de julgar, deve o julgador fazer longo e severo exame da consciência e rezar um ato de contrição por todas as suas fragilidades”.

        Em 1949, quando estava à frente do Tribunal Bandeirante, Theodomiro Dias discursou: “O amparo ao fraco não deve consistir na adoção de um sistema que sele um pacto humilhante e odioso, pelo qual se perpetue a existência de privilegiados da fortuna, cumulados de riquezas e honras, que distribuem favores, entornando pomposamente a cornucópia das esmolas a uma multidão famélica e esquálida de mendigos”. Aposentou-se em 1956 e faleceu em 1968.

        Em nome da Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, falou o ministro Flávio Flores da Cunha Bierrenbach, que saudou não só o homenageado, mas também a “dinastia de juízes” formada pela família Dias.

        O presidente Nalini ressaltou que o projeto Agenda 150 Anos reveste-se de importância ainda maior na atual conjuntura. “A crise moral, a crise ética, a crise política, a crise econômica, onde a arrecadação cai e o desemprego aumenta, – tudo irá repercutir no Judiciário”, disse ele. Daí a importância de mostrar às novas gerações homens que ultrapassaram com sucesso as crises de sua época. “Temos o dever de fazer com que a nação de nossos netos seja aquela que Theodomiro Dias sonhou”, disse o presidente.

        Também compareceram ao evento o presidente da Seção de Direito Público do Tribunal de Justiça, desembargador Ricardo Mair Anafe; o presidente da Seção de Direito Privado, desembargador Artur Marques da Silva Filho; o presidente da Seção de Direito Criminal, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco; o ministro Sidnei Beneti; o ministro Paulo Dias de Moura Ribeiro; o ex-presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Mário Martins Bonilha; o ex-vice-presidente do TJSP e ex-corregedor-geral da Justiça, desembargador Antonio Carlos Munhoz Soares; os juízes assessores da Presidência Afonso de Barros Faro Júnior e Ricardo Felício Scaff; o secretário-geral adjunto da Ordem dos Advogados do Brasil, Antonio Ruiz Filho, representando o presidente; o presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo, José Horácio Halfeld Rezende Ribeiro; o conselheiro da Associação dos Advogados de São Paulo, Rogério de Menezes Corigliano, representando o presidente; o chefe da Assessoria Policial Militar do TJSP, coronel PM Washington Luiz Gonçalves Pestana; a delegada-chefe substituta da Assessoria Policial Civil do TJSP, Paula Cristina Nunes Scarance Fernandes; o chefe do gabinete da Presidência e decano da Academia Paulista de Letras, Paulo Bomfim; a filha do homenageado Vera Cecília Dias Motta e netos, bisnetos e trinetos; demais autoridades presentes desembargadores, juízes, advogados, familiares, amigos e servidores.

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        Comunicação Social TJSP – GA (texto) / AC (foto)
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