Conhecida por buscar respostas efetivas para um novo panorama de convivência pautado na inclusão, pacificação e harmonização das relações, o programa de Justiça Restaurativa na Área da Infância e Juventude de Santos comemorou ontem (24) dois anos, formando 110 novos facilitadores e 27 multiplicadores. A solenidade de certificação ocorreu no Teatro Municipal Brás Cubas.
        A iniciativa – fruto da parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e a Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) do Tribunal de Justiça de São Paulo – foi criada com o objetivo de solucionar demandas encaminhadas à Justiça de forma diferenciada, promovendo o diálogo entre todas as partes envolvidas. Jovens infratores, vítimas e integrantes da comunidade se reúnem para resolver a questão por meio do diálogo e compreensão mútuos, fora da via judicial. Esse trabalho é acompanhado pelos chamados facilitadores. Os multiplicadores são responsáveis por transmitir os conceitos, metodologias e técnicas, formando novos facilitadores.
        Ao longo desses dois anos, já são 227 novos ‘agentes da paz’, trabalhando não apenas na resolução de conflitos, mas, principalmente, na prevenção deles; 28 unidades municipais de educação, abrangendo mais de 15 mil alunos; e 123 procedimentos realizados com os Círculos de Paz. Entre os formandos estão representantes de diversas secretarias (Educação, Segurança, Assistência Social, Defesa da Cidadania e Saúde), do Poder Judiciário, escolas municipais e outras entidades.
        O evento teve início com a apresentação do Coral Mil Tons Gerais, formado por crianças e adolescentes das escolas municipais. A secretária de Educação de Santos, Vanúzia Fernandes, explicou que o dia é de muita comemoração por mais um avanço. “Enche-nos de satisfação, pois o programa já é realidade em Santos. A educação muda as pessoas, as pessoas mudam o mundo. É realidade como um todo, é política pública. Parabéns a todos os formandos”, concluiu.
        O juiz da 1ª Vara Especial da Infância e da Juventude da Capital, Egberto de Almeida Penido, agradeceu a todos que dão o melhor de si para harmonizar situações complexas. “Hoje vivemos um momento desafiante da Justiça Restaurativa no Brasil. Espero que cada facilitador e multiplicador se lembre das aulas e busque avançar com qualidade. Nossa força está no coletivo. É uma trajetória longa, vocês terão um belíssimo desafio pela frente.”
        A mesa dos trabalhos também foi formada pela vereadora Audrey Kleys; pela psicóloga e consultora do Laboratório de Convivência, Mônica Mumme; pelo presidente da Fundação Parque Tecnológico de Santos, José Rezende; e pela chefe de seção da CIJ na Justiça Restaurativa, Andréa Svicero.
        Ao final, foi realizada a entrega de certificados a todos os facilitadores e multiplicadores. Os participantes também puderam acompanhar a exposição dos alunos do programa Escola Total sobre cultura de paz, bem como os demais registros dos dois anos de implementação do programa em Santos.

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