Notícia

Coordenadoria da Infância promove bate-papo sobre trabalho com as famílias de origem de crianças acolhidas
08/11/2021

A Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) promoveu, na última sexta-feira (5), um bate-papo online sobre “O trabalho com as famílias de origem das crianças e adolescentes acolhidos”. Mediado pelo juiz Evandro Renato Pereira, integrante da CIJ que atua na Vara da Infância e da Juventude e do Idoso de Santos, o evento contou com a participação da assistente social com atuação em serviços de acolhimento para crianças e adolescentes e coordenadora do Serviço de Famílias Acolhedoras do Instituto Fazendo História, Sara Maria Luvisotto, e da psicóloga com especialização em Violência Doméstica contra Criança e Adolescente e em Responsabilidade Social Empresarial Valéria Brahim.

Valéria Brahim abordou o conceito idealizado de família e como isso dificulta um olhar mais sensível às famílias de origem. “Será que não exigimos das famílias que atendemos essa idealização para que possamos fazer a reintegração das crianças?”, indagou, destacando que sempre há culpabilização das famílias por não atingirem o ideal de perfeição. “Como fazer para olhar para essa família de outro jeito? Temos que trabalhar com as potencialidades de cada uma e com soluções que a própria família vai dar. A família precisa que nós, como profissionais, possamos aderir a ela e entender o contexto em que está para ajudá-la a caminhar e a ver o que muitas vezes ela não consegue enxergar. A família de origem é a família que a criança conhece e reconhece e, por isso, a construção do nosso trabalho tem que ser baseado na potencialidade desses núcleos”, destacou.

Sara Luvisotto ressaltou que, para que o trabalho com as famílias de origem seja possível, é necessário que os profissionais envolvidos na situação encontrem uma forma de se conectarem com elas. “O acolhimento da criança não é separado ao da família de origem. Só acolhemos uma criança quando acolhemos sua história, e só acolhemos a história quando acolhemos a família de origem. A criança que está acolhida tem o direito que a gente invista num trabalho com a família de origem”, disse.

A profissional contou histórias de vinculação e comparou a dificuldade do trabalho com uma família de origem ao início de um relacionamento. “Mas ao conhecer detalhes da família consigo pensar em estratégias para me vincular e fazer um trabalho efetivo. Só assim o trabalho dá certo. Muitas vezes as pessoas nem perguntam às famílias o que aconteceu, apenas decidem as coisas por elas. Pois assim é mais fácil”, concluiu.

Ao final, o juiz Evandro Renato Pereira parabenizou as expositoras e afirmou: “Devemos entrar em cada caso sem julgamento, como uma folha em branco, sem ouvir certas histórias que contam sobre a família de origem, que tanto podem nos prejudicar.”

A palestra estará disponível no media center da Coordenadoria da Infância e da EJUS.

 

Comunicação Social TJSP – AA (texto) / KS (reprodução e arte)

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