Memória

Destaque

Dia Internacional da Enfermagem

Homenagem do TJSP aos heroicos profissionais.

 

Cuidar da vida humana desde a concepção até a morte, com respeito e sem participar voluntariamente de qualquer ato que a coloque em risco: este é o resumo do juramento feito por enfermeiros em todo o mundo e redigido pela enfermeira britânica Florence Nightingale, a “mãe da enfermagem moderna”. Seu aniversário é celebrado em 12 de maio e, em homenagem a ela, a data marca o Dia Internacional da Enfermagem.

  São estes abnegados profissionais que, dia e noite, cuidam dos pacientes em hospitais e ambulatórios, ministrando medicamentos, fazendo curativos, registrando sinais vitais e tantos outros cuidados necessários. A importância dos profissionais de enfermagem é inegável, mas o devido reconhecimento veio agora, em tempos de pandemia. Incansáveis, eles estão na linha de frente de combate à Covid-19, socorrendo os doentes, cuidando, monitorando, segurando a mão do paciente e, infelizmente, com frequência, auxiliando seus parentes em videochamadas em momentos de fragilidade extrema e tanta dor.

  Na data em que se celebra o belo e heroico ofício, conversamos com profissionais de enfermagem do Tribunal de Justiça de São Paulo, que trouxeram sua expertise angariada em diversos hospitais e projetos na área da saúde. Alguns deles, inclusive, atuam ou atuaram na linha de frente contra a pandemia. Superação, desafios, momentos marcantes e uma vida de muito amor e dedicação ao próximo.

 

MARIA SOCORRO TELES FEITOSA BORSIO - Supervisora de Serviço de Enfermagem. Ingressou como enfermeira no extinto 1º Tribunal de Alçada Civil, em 2003. 18 anos de TJSP.

“Eu fui a primeira funcionária da área de saúde do TJSP infectada pelo coronavírus, em março de 2020. Tive pneumonia, fiquei em isolamento, mas, por sorte, me recuperei logo. Assim que fiquei bem, fui trabalhar na linha de frente de combate à pandemia, no período da noite, no Complexo Hospitalar Padre Bento, de Guarulhos. São 37 leitos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com Covid-19, todos ocupados. Em todos os plantões que trabalhei teve, pelo menos, um óbito. Teve um plantão em que morreram sete pessoas em uma só noite. Pacientes me pedem para segurar sua mão enquanto são intubados, pedem para não os deixarmos sozinhos. Há plantões emocionalmente muito pesados. Estamos um pouco mais tranquilos com relação às técnicas desenvolvidas para lidar com o vírus, mas a questão emocional ainda pesa muito.

A enfermagem nunca foi tão solicitada como hoje e isso precisa ser respeitado. Eu trabalho a noite inteira, porque me sinto bem em fazer o bem para aquelas pessoas. Para o verdadeiro enfermeiro, trata-se de uma troca: o paciente precisa dos enfermeiros tanto quanto nós precisamos dele, pela nossa necessidade de doação, de entrega, de saber que se está fazendo algo por alguém, salvando uma vida. Existe um ser humano ali, não podemos deixar isso passar, e é por isso que atuo como enfermeira com muito amor no coração.”

 

ANA MARIA LIMA LOBO - Enfermeira há 36 anos. Ingressou no extinto 2º Tribunal de Alçada Civil em 1999.

“No TJSP, ter trabalhado em júris e audiências criminais foi muito impactante para mim, porque é algo que mexe com nossos valores. Uma vez, veio um preso do interior para uma audiência e ele tinha um corte grande na testa. Ele era acusado de estupro e quem o agrediu na entrada foi o pai da vítima. E vi aquela pessoa fragilizada, machucada, pingando sangue e nem perguntei a ele o que houve, apenas cuidei de seu ferimento e me certifiquei de que ele estava bem. É nestas horas que cumprimos nosso juramento à risca e predominam a humanidade e o respeito. Um enfermeiro trata de todos, sem julgamento pessoal. É instintivo, é meu papel.

A Enfermagem enfrenta uma grande luta por espaço e reconhecimento. Acredito que a falta disto se deve ao fato de ser predominantemente uma profissão feminina. Essa pauta tem a ver, portanto, com a luta pela valorização e respeito à mulher. A pandemia trouxe o reconhecimento do trabalho do enfermeiro, essa pessoa que fica 24 horas com o paciente. Acho que, de agora em diante, a busca pelo reconhecimento será um pouco mais leve. É uma profissão recompensadora. Eu estou no fim do meu caminho e digo que vivi muita coisa boa, inclusive no Tribunal.”

 

JULIETA AKEMI KANDA - Enfermeira há 42 anos. Ingressou como enfermeira no extinto Tribunal de Alçada Criminal, em 1993.

“Todas as campanhas de saúde do TJSP são muito especiais para mim. Especialmente as campanhas de vacinação contra a gripe, quando vacinávamos funcionários em todo o Estado, com participação direta da equipe de Enfermagem. Às vezes, atendíamos cinco cidades no mesmo dia. Dormindo tarde e acordando cedo, convivendo com outras realidades, outros hábitos, contribuindo com os projetos de vacinação e recebendo a gratidão dos servidores pelo nosso trabalho, levando até eles proteção e segurança nas aplicações. Foram semanas de muito trabalho, mas muito gratificantes.

Eu parabenizo a equipe de Enfermagem do TJSP pela luta em prol da vida, valorizando cada minuto de todas as horas do cuidar!”

 

TEREZA CRISTINA DE CARVALHO ALMEIDA - 39 anos de Enfermagem. Ingressou no extinto 1º Tribunal de Alçada Civil, em maio de 1982.

“Com certeza, o momento atual está sendo muito marcante para mim, como profissional de enfermagem. Ninguém imaginava que poderíamos passar por uma experiência dessa proporção. Ainda estamos tentando nos adaptar e realizar nossas atividades com sabedoria.

A dedicação dos profissionais da saúde aos pacientes é milenar. Hoje, na pandemia, com o reconhecimento e a valorização de todo o trabalho e dedicação desses profissionais aos doentes, estamos sendo mais lembrados, mas sempre fomos dedicados, empáticos e solidários com os enfermos. Agimos com delicadeza e segurança nos nossos cuidados. O importante é nos doarmos e termos a certeza de que estamos fazendo o nosso melhor.”

 

FABRÍCIO RINALDI - Enfermeiro há 14 anos. 11 anos de TJSP.

“Estive na linha de frente de combate à Covid-19 por dois meses, no início da pandemia, quando as informações estavam chegando, era tudo muito angustiante. Na equipe, era bem nítida a preocupação de todos em como fazer para não contaminar os familiares. No meu caso, fiquei morando fora de casa, em um apartamento alugado em frente ao meu, por dois meses, pois eu não sabia como poderia ser a infecção caso meu filho pegasse. No hospital, era bem difícil de lidar com o agravamento tão rápido dos pacientes, que chegavam conversando comigo e, no final do plantão, estavam intubados.

Quero parabenizar todos os profissionais da enfermagem pelo empenho, esforço e dedicação neste período tão difícil. Cuidem-se. Protejam-se. Desejo que todos vocês e seus familiares fiquem bem. E espero que todas as pessoas se conscientizem da gravidade da Covid-19 e não achem normal a perda de milhares de vidas diárias. Mantenham o isolamento social o máximo possível, usem máscara e se vacinem quando for possível.”

 

A evolução da Enfermagem no TJSP

Até 2005, o Tribunal de Justiça de São Paulo contava com dois médicos e 10 auxiliares de enfermagem, distribuídos em sete ambulatórios, na região central da Capital e no Foro Regional do Tatuapé. Com a unificação dos tribunais de São Paulo naquele ano, enfermeiras e médicos dos tribunais de Alçada Civil e Criminal integraram o corpo de profissionais da saúde do TJSP. O primeiro concurso para o cargo de enfermeiro judiciário na Corte paulista ocorreu em 2009.

A área da saúde no TJSP evoluiu bastante nos últimos 11 anos, com o aumento das campanhas voltadas para prevenção em saúde, informatização dos prontuários, criação do NAT-Jus, expansão dos ambulatórios, campanhas de vacinação e agora, com a pandemia, o teleatendimento.

Atualmente, a equipe de Enfermagem é composta por 20 enfermeiros judiciários, seis técnicos de enfermagem e oito enfermeiros terceirizados, que trabalham nos 16 ambulatórios da Capital. Atuam na assistência a magistrados e servidores – medem sinais vitais, medicam, realizam eletrocardiograma e avaliação pré-consulta. Atendem, também, ao público circulante dos fóruns em casos de urgência. Também é responsabilidade da Enfermagem o gerenciamento de insumos ambulatoriais e medicamentos, além da correta manipulação e descarte de lixo hospitalar produzido.

Atuam, ainda, em campanhas de promoção da saúde em fóruns que não possuem ambulatório. O programa de Saúde Itinerante é um deles, que atendeu 4.293 pessoas em 20 prédios do Tribunal na Capital e no Interior. Em 2019, a equipe de Enfermagem realizou 24.259 atendimentos ambulatoriais, dos quais 1.614 pacientes ficaram em repouso – ministração de soro e medicação – e 196 precisaram de remoção para um hospital.

Uma das mais emblemáticas ações da Enfermagem do TJSP foi sua participação ativa na campanha de vacinação contra a gripe. No ano passado, foram vacinados mais de 25 mil funcionários em todo o Estado, no período de um mês. Neste ano a campanha está em andamento.

 

N.R.: texto originalmente publicado no DJE de 12/5/21.

 

Comunicação Social TJSP – DM (texto) / LF (arte)

  imprensatj@tjsp.jus.br

 

Siga o TJSP nas redes sociais:

www.facebook.com/tjspoficial

www.twitter.com/tjspoficial

www.youtube.com/tjspoficial

www.flickr.com/tjsp_oficial

www.instagram.com/tjspoficial


O Tribunal de Justiça de São Paulo utiliza cookies, armazenados apenas em caráter temporário, a fim de obter estatísticas para aprimorar a experiência do usuário. A navegação no portal implica concordância com esse procedimento, em linha com a Política de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais do TJSP