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90 anos depois, o 23 de maio ganha vida na sede do TJSP

Encenação recriou fatos que culminaram com a revolução.

 

    Na última sexta-feira (8), o Salão dos Passos Perdidos, hall de entrada do Palácio da Justiça, sede do Poder Judiciário paulista, ecoou com o som de gritos clamando por “Constituição”, de estampidos de tiros e da marcha de soldados voluntários. Foi a recriação de um dos dias mais importantes da história de São Paulo: o 23 de maio de 1932, em que protesto pelo retorno do regime constitucional terminou com quatro jovens mortos e foi o estopim para o início da Revolução Constitucionalista, que completou 90 anos no sábado (9).

    A encenação foi realizada por alunos da Escola Superior de Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo “Coronel PM Eduardo Assumpção”. Vestidos como manifestantes, soldados e enfermeiras (fotos) trouxeram para o presente as emoções e ideais que permearam o fatídico 1932.

    O evento teve início com execução do Hino Nacional pela Banda do Corpo Musical da Polícia Militar, sob a regência do maestro 1º Sargento PM Gleidson Azevedo. Em seguida, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ricardo Mair Anafe, falou sobre a história e o legado da Revolução. O magistrado destacou que “o movimento armado do estado de São Paulo esteve unido em uma missão exclusivamente de aspecto constitucional”. Ele explicou que entre os fatores que levaram à rebelião estavam “a nomeação de interventores, a supressão da Constituição e a centralização absoluta do governo”. “A revolução deixa inúmeros legados positivos ao Brasil, ao povo brasileiro”, afirmou. “Foi a luta dos paulistas que trouxe a Constituição de 34”, exemplificou.

    A narração das cenas foi realizada pelo capitão PM Fernando Antonio de Moura, da Diretoria de Educação e Cultura da Escola de Soldados. Revoltada com o governo de Getúlio Vargas, manifestação no centro da cidade de São Paulo exigiu democracia, eleições e uma nova Constituição. Durante o protesto, 15 jovens foram feridos, sendo quatro de forma fatal (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) e um seriamente ferido, que faleceu em agosto daquele ano (Alvarenga). Daí vem a sigla MMDC, símbolo do Movimento de 32. A encenação deu vida a estes fatos. Em 9 de julho São Paulo pegou em armas.

    No total, foram 85 dias de conflito (de 9 de julho a 2 de outubro de 1932), com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas não oficiais reportem até 2,2 mil vítimas. O presidente Ricardo Anafe explicou que os combates “só se interromperam porque acabaram as munições e os mantimentos”. “São Paulo se rendeu, mas não se submeteu”, declarou.

    O Tribunal de Justiça de São Paulo fez parte desta história. Magistrados e servidores lutaram nas trincheiras. Atualmente, por meio de seu Museu e da Escola Paulista da Magistratura, o TJSP mantém viva a memória de 32, com a preservação de itens da época, cursos sobre os acontecimentos e estudos historiográficos.

    Também prestigiaram a encenação integrantes do Conselho Superior da Magistratura (CSM): desembargadores Guilherme Gonçalves Strenger (vice-presidente do TJSP), Fernando Antonio Torres Garcia (corregedorgeral da Justiça), Artur César Beretta da Silveira (presidente da Seção de Direito Privado), Wanderley José Federighi (presidente da Seção de Direito Público) e Francisco José Galvão Bruno (presidente da Seção de Direito Criminal); o coordenador do Museu do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Octavio Augusto Machado de Barros Filho; o diretor de Educação e Cultura interino da PMSP, coronel PM Miguel Elias Daffara, representando o comandante-geral; os coronéis PM Sidney Mendes de Souza (chefe da Assessoria Policial Militar do TJSP); João Luis Minghetti Costa (comandante da Escola Superior de Soldados); Sandro Roberto Rondini (subcomandante do Comando de Policiamento de Área 1), Luiz Eduardo Pesce de Arruda (assessor da Fundação de Desenvolvimento da Educação); Cláudia Barbosa Rigon Pereira (secretária executiva da Pró-PM) e Mário Fonseca Ventura; o presidente da Sociedade Veteranos de 32 – MMDC, Carlos Romagnoli; o presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, desembargador Artur Marques da Silva Filho; a defensora pública Luciana Jordão da Motta Armiliato de Carvalho, representando o defensor público-geral.

 

    TJSP na Mídia

    O jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem especial sobre os 90 anos da Revolução de 32. A matéria contou com fotos da encenação realizada no Palácio da Justiça e um dos entrevistados foi o desembargador Octavio Augusto Machado de Barros Filho, coordenador do Museu do TJSP. O magistrado lembrou os leitores do discurso proferido pelo ministro Manoel da Costa Manso, então presidente do TJSP, em 31 de agosto de 1932, quando afirmou que São Paulo não pegou em armas para se separar do Brasil, mas unicamente para apressar a volta do País ao regime constitucional. “Essa é a lição que não deve ser esquecida, depois de transcorridos 90 anos da Revolução Constitucionalista de 32”, afirmou o magistrado.

    Já na matéria intitulada “Dupla garimpa relíquias nas trincheiras da Revolução de 32”, que trata da busca por artefatos históricos ligados à Revolução e sua guarda em diferentes museus na Capital e no Interior do Estado, o Estadão fala do Museu do TJSP. “Mantém importante acervo acerca dos fatos históricos de antes, durante e depois da Revolução de 32, dispostos inclusive em formato virtual. No Espaço Cultural Poeta Paulo Bomfim, que fica no segundo andar do Palácio da Justiça, há uma exposição permanente de objetos, fotos e documentos sobre o conflito. Outra parte do acervo está exposta no Palacete Conde de Sarzedas, sede do museu. As exposições virtuais podem ser acessadas via internet, no site do museu”. Acesse a mostra virtual.

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    N.R.: texto originalmente publicado no DJE de 13/7/22.

 

    Comunicação Social TJSP – GA (texto) / PS (fotos)

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