A Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) e a Escola Judicial dos Servidores (Ejus) realizaram, na tarde de sexta-feira (11), o webinar “Apadrinhamento Afetivo”. As palestrantes foram as psicólogas do Instituto Fazendo História, Gabriela Medeiros Rodrigues Aguiar e Julia Condini. O evento contou com a participação de 502 pessoas, entre magistrados e servidores.
Na abertura da palestra, o coordenador da CIJ, desembargador Reinaldo Cintra Torres de Carvalho, disse que o aprendizado sobre o tema é de grande utilidade tanto para quem trabalha com Infância e Juventude como para curiosos sobre o assunto. “Todos poderão perceber a grande oportunidade que é, para os dois lados, o apadrinhamento afetivo e o relacionamento interessante que surge a partir desse encontro. É uma aula de vida e uma grande contribuição para o futuro de crianças e adolescentes que se encontram acolhidos”, afirmou.
A juíza da Vara da Infância e da Juventude do Foro Regional do Jabaquara, Ana Paula de Oliveira Reis, falou que o apadrinhamento surge como uma boa alternativa. “Alivia a angústia de magistrados e, principalmente, dos acolhidos que estão sem contato com familiares. O apadrinhamento vem justamente para dar suporte e auxiliar no desenvolvimento emocional e afetivo de crianças e adolescentes”, declarou.
Durante o webinar, foram abordados o surgimento da prática no Brasil, as mudanças ao longo do tempo, os fundamentos básicos da formação e acompanhamento de padrinhos e madrinhas, objetivos, perfil dos acolhidos, entre outros. Gabriela Medeiros falou sobre os vários programas desenvolvidos pelo instituto, sendo um deles o apadrinhamento. “É uma forma de proporcionar à criança ou ao adolescente vínculos afetivos individualizados e duradouros, externos à instituição para ampliar a convivência familiar e comunitária, expandindo suas experiências sociais e culturais. Tem como fundamento a importância do vínculo entre um adulto e uma criança ou adolescente”, contou.
A psicóloga também citou o cuidado com as expectativas que são depositadas nesse vínculo. “A gente não entende o apadrinhamento como um caminho para adoção, porque são projetos muito diferentes”, e falou que os interessados devem entender que é uma relação de troca. “A ideia de que sou alguém que tenho algo a oferecer a quem precisa dificulta um vínculo de troca, pois os dois lados têm a dar e receber”, completou.
Para Julia Condini, é importante organizar e ampliar uma rede de apoio que receba e dê estrutura ao padrinho ou a madrinha e também ressaltou que o encontro entre as partes é gradual. “Assim como os adultos precisam ir aprendendo a ser padrinho ou madrinha daquela criança ou daquele adolescente, também há o aprendizado do outro lado, o de se tornar afilhado”, explicou, acrescentando que há aposta na autonomia da relação e que seja a mais duradoura possível.
Comunicação Social TJSP – SB (texto) / PS (foto)