Notícia

Tribunal recebe o velejador Robert Scheidt
24/10/2012

    O Centro de Treinamento e Apoio aos Servidores do Tribunal de Justiça de São Paulo (Cetra) promoveu na manhã de hoje (23) a palestra Vencendo ao Sabor do Vento, com o velejador Robert Scheidt. O evento aconteceu às 10 horas, no Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça, e contou com a participação de mais de 800 pessoas, entre servidores presentes e os que o acompanharam pela internet, num total de 48 comarcas.
    À mesa estavam o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ivan Sartori, o juiz assessor da Presidência Guilherme de Macedo Soares, o secretário da Presidência, Kauy Carlos Lopérgolo de Aguiar, o chefe do gabinete da Presidência, Tarcisio dos Santos, o superintendente do Banco do Brasil Evaldo Borges e o palestrante, Robert Scheidt.
    Na abertura, o presidente Ivan Sartori cumprimentou a todos e disse sentir muita alegria pela presença de tantos servidores na plateia. “A Presidência está sempre aberta aos senhores. Nosso palestrante dispensa apresentações.” Ele também mencionou o brilhante currículo de Robert Scheidt e lembrou que o atleta é um patrimônio brasileiro, por tantas glórias trazidas.
    Robert Scheidt agradeceu a presença maciça dos servidores e disse sentir-se honrado de estar no maior Tribunal de Justiça do mundo e falar a tantas pessoas. “É muita responsabilidade estar aqui e contar a minha história de vida, minhas dificuldades e derrotas. Nem todo dia é dia de ganhar”, afirmou.
    O atleta falou que o esporte de vela é pouco difundido e que somente de quatro em quatro anos, em virtude dos Jogos Olímpicos, é lembrado. Disse ainda que o esporte é o que mais trouxe medalhas para o Brasil, só sendo desbancado agora pelo judô.
    Scheidt contou que começou a praticar iatismo aos  sete anos, guiado pelo pai, um alemão que passava as horas de folga com a família num clube às margens da represa de Guarapiranga. Dois anos depois, ganhou seu primeiro barco de madeira. Aos 11, conquistou seu primeiro titulo importante, o Sul-americano da Classe Optimist. O pai sempre foi seu maior incentivador. O atleta, juntamente com os irmãos, também se dedicou à natação e ao atletismo, mas sua maior paixão foi mesmo a vela, esporte que se abraçou de corpo e alma. “No esporte da vela, um dia nunca é igual ao outro. É preciso preparar o barco, a vela, respeitar a natureza. Virar é natural, é preciso retirar a água e seguir em frente. É preciso perder o medo e começar a velejar em tempos fortes”, afirmou.
    Seu primeiro grande desafio começou quando ganhou o barco de madeira, porque não tinha tanta força como os outros e, com muito esforço físico, superou desafios e ficou com o barco até os seus 13 anos. Após breve passagem pela classe Snipe, começou a competir pela categoria Laser, em que os barcos são padronizados. Depois de ganhar o campeonato brasileiro de juniores, foi treinar na Suécia e na Dinamarca. Em 1991 ganhou dez das onze regatas do campeonato mundial de juniores de Laser, na Escócia.
    O velejador disse que terminou o colégio aos 17 anos, quando começou a cursar a faculdade de Administração de Empresas da Universidade Mackenzie. Para ele, foi muito importante conciliar o atletismo com os estudos, pois a carreira de atleta é imprevisível, depende de patrocínio. Mas... ele não precisou usar o diploma de administrador.
    “Não existe vento bom para quem não sabe aonde vai”, citou o velejador. Scheidt afirmou que é preciso muita dedicação, sorte e treinamento para alcançar a vitória. “Disciplina é a ponte que liga nossos sonhos às nossas realizações. É preciso ser melhor que ontem. Meu objetivo dentro do esporte sempre foi superar e desenvolver o potencial esportivo”, concluiu.
    O iatista se tornou um velejador de nível internacional - o maior do mundo na sua categoria - e dominou completamente a classe Laser por vários anos. Começou suas conquistas em 1995 com a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata e o primeiro título mundial na Ilha de Tenerife, na Espanha. Em 1996, consagrou-se com a medalha de ouro. Nos dez anos seguintes ainda conquistou mais sete títulos mundiais, dois títulos pan-americanos e mais uma medalha de ouro, em 2004, nos Jogos Olímpicos de Atenas, na classe Laser, e conquistou a medalha de prata em 2008, nos Jogos Olímpicos de Pequim, com Bruno Prada na classe Star.
    “Superação é ter a humildade de aprender com o passado, não se conformar com o presente e desafiar o futuro. Não devemos nos orgulhar de ser o melhor do que os outros, mas, sim, melhorar o que já fomos”, afirmou o atleta.
    Robert Scheidt falou sobre seu casamento com uma também atleta, do seu filho de três anos, dos pais e da importância do apoio da família durante sua trajetória no esporte. Seu próximo desafio, para 2016, é retornar à categoria Laser para competir nos Jogos Olímpicos. O velejador, que hoje está com 39 anos, terá que enfrentar em 2016 também a idade e o fato de os jogos ocorrerem  no inverno, ocasião em que o Rio de Janeiro não tem vento forte. O vento fraco acaba sendo um grande obstáculo na competição à vela.
    O velejador finalizou a palestra contando a experiência que teve em 1989, em que, em um dos seus treinos, o seu remo quebrou. Ele então remendou o remo e voltou para a terra. Seu pai, Fritz Herman Scheidt, escreveu no pedaço do remo a frase: “Se perder o leme, nunca perca o rumo”. O remo foi pendurado na parede do quarto para ser lembrado todos os dias.
    Depois Robert Scheidt respondeu a algumas perguntas da plateia. Em seguida, o juiz assessor da presidência do TJSP João Batista Galhardo Júnior cumprimentou os presentes e disse que o palestrante é um exemplo de brasileiro e cidadão. O juiz afirmou, também, que a vida do atleta é um exemplo para os 40 mil servidores do Tribunal de Justiça que enfrentam todos os dias as pilhas enormes de processos.
    O superintendente do Banco do Brasil Evaldo Borges agradeceu ao Tribunal de Justiça, em nome do juiz assessor da Presidência Guilherme de Macedo Soares, a acolhida e a organização do evento e disse que já pensa em promover novas palestras para o próximo ano.
    O desembargador decano do TJSP Francisco Roberto Alves Bevilacqua, também apreciador e praticante do remo, entregou o livro do Tribunal de Justiça ao convidado, e a juíza assessora da Presidência Silvana Amneris Rôlo Pereira Borges entregou uma caneta personalizada do Tribunal ao convidado.
    “Foi muito bom estar aqui. Espero ter passado alguma coisa com a minha experiência, tenho a sensação do dever cumprido.” O público, que lotou o Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça, agradeceu a presença do velejador com uma calorosa salva de palmas.
    Comunicação Social TJSP – SO (texto) / GD e AC (fotos)
    imprensatj@tjsp.jus.br

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