Os jovens que cumprem medida socioeducativa na Fundação Casa de Taquaritinga participaram no último dia 12 de palestra motivacional ministrada pelos coordenadores da ONG Afroreggae, Chinaider Pinheiro e Emerson Ferreira, com apoio da 3ª Vara de Taquaritinga na organização.
        Prestigiaram o evento o prefeito Fulvio Zuppani; a primeira-dama da cidade, Lívia Zuppani; o juiz da 3ª Vara, Armênio Gomes Duarte Neto; o promotor Matheus Botelho Faim; o presidente da OAB de Taquaritinga, Roberto Ogasawara; o diretor do Centro Socioeducativo, Márcio de Paula; o diretor da Divisão Regional de Ribeirão Preto, Guilheme Astolfi Caetano Nico, e o presidente da ONG Apoio, Marcos Marona.
        Alunos do Projeto Guri – Polo Taquaritinga e do grupo de hip hop do Centro Cultural Adesca fizeram uma apresentação no início do encontro. Guilherme Nico destacou a importância do envolvimento de todos os seguimentos da sociedade na ressocialização dos jovens: “Aproveito para destacar a atuação e o envolvimento do juiz Armênio Duarte Neto em projetos e eventos como este”.
        O primeiro depoimento do dia foi de Chinaider Pinheiro. Conhecido no passado como “Latino”, ele ficou preso por 10 anos e 4 meses por liderar o tráfico de drogas em favelas cariocas. Na época, conheceu José Júnior, coordenador do AfroReggae no Rio, e recebeu um convite para trabalhar na ONG. “O Júnior me ofereceu uma segunda chance, com um cargo e uma remuneração para sustentar minha família. Ele me motivou, dizendo que eu poderia usar essa liderança de forma positiva, ajudando aqueles que querem sair da vida do crime e que necessitam de uma segunda chance”, contou.
        Atualmente, Pinheiro é estudante do sexto período de Direito e coordenador do Projeto 2ª Chance, que atua na recolocação de egressos do sistema prisional no mercado de trabalho. “O Latino morreu, ficou no passado. Hoje vou reconstruindo minha história, pautando-me em projetos sociais e palestras que incentivem a mudança de vida”, explicou.
        Ele ainda deixou claro para os adolescentes que o mundo do crime é uma ilusão. “A ideia de mulheres, poder, dinheiro, é um sonho deturpado. Você não é feliz, vive o tempo todo em estado de alerta e correndo perigo. O único destino certo é a prisão ou a morte. A vida em sociedade é cheia de desafios e exige superação no dia a dia, mas hoje tenho a tranquilidade de saber que estou fazendo a coisa certa. Poder chegar em casa e brincar com meus filhos, isso não tem preço”, concluiu.
        Em seguida, foi a vez da exposição de Emerson Ferreira, que atua na agência de empregos do 2ª Chance e é estudante de Psicologia. Ele também esteve na prisão por cinco anos e hoje é ator profissional. “Temos que acreditar que somos capazes de mudar nosso destino e correr atrás de nossos sonhos e objetivos. Todos temos o direito de uma segunda chance”, comentou.
        O encerramento teve apresentação musical do rapper Rodrigo BeatBox. O juiz Armênio Duarte Neto parabenizou todos os envolvidos. “Estou maravilhado com as apresentações. Foi um evento excelente”, disse.

        * Informações da Fundação Casa.

        Comunicação Social TJSP – Fundação Casa (texto e foto)
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