TJSP realiza mais uma etapa do Simpósio Qualidade de Vida
Na manhã desta quinta-feira (21), a Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo realizou a 11ª edição do Simpósio Qualidade de Vida no Serviço Público, com o apoio da Escola Paulista da Magistratura (EPM), da Secretaria da Área da Saúde (SAS), do Centro de Treinamento e Apoio aos Servidores (Cetra) e da Secretaria de Primeira Instância (SPI).
O desembargador José Carlos Gonçalves Xavier de Aquino fez a abertura da primeira parte do encontro, ao dizer que o tema é relevante: “Superando o estresse pela arteterapia”.
A palestra foi ministrada pela servidora do TJSP, Ana Lucia Hernandes Soares, que também é artista plástica e professora de artes. Ela trouxe considerações sobre o conceito, sintomas, doenças relacionadas e os fatores que desencadeiam a ‘doença do mundo moderno’. Segundo Ana Lucia, os sete inimigos do cérebro, que potencializam as chances de estresse, são a falta de sono, sedentarismo, rotina, sobrecarga mental, ansiedade, desorganização e vícios/alimentação inadequada.
A arteterapia, de acordo com a servidora, “promove a ligação do eu interior com o mundo externo, da mente inconsciente com a mente consciente”. Carl Gustav Jung, em seu entendimento, foi o grande inovador e trouxe intervenções terapêuticas que foram adaptadas e utilizadas em hospitais, creches, casas de repouso e empresas. “A terapia, por meio de trabalhos manuais, minimiza os efeitos do estresse, além de promover a conscientização da reflexão”, informou.
Ao término, Ana Lucia trouxe análises de casos, inclusive o seu próprio, e deixou a mensagem: “o quanto antes prestarmos atenção aos sinais do corpo, mais chances teremos de recuperação das doenças psicossomáticas”.
O corregedor-geral da Justiça, desembargador José Renato Nalini, deu início à segunda parte do evento. “O maior patrimônio da Justiça é o nosso pessoal; nosso trabalho é feito por pessoas para pessoas. Temos estrutura e tecnologia, mas sem o servidor, não há como auxiliar nas resoluções dos conflitos. E só temos um instrumento de trabalho: a palavra”, disse ele, ao apresentar o palestrante Deonísio da Silva, profundo conhecedor de etimologia, ou seja, da origem e da história das palavras. Deonísio da Silva trouxe o tema “Palavras de Direito: origem de palavras e expressões”.
O professor universitário, doutor em Letras pela USP e autor de inúmeros livros, falou inicialmente sobre seu gosto pela leitura, quando esteve pela primeira vez em uma biblioteca e descobriu um mundo maravilhoso que o permite conviver com grandes escritores e tê-los como amigos. Segundo ele, o que diferencia a amizade do amor é que o primeiro dispensa o ciúme. “Onde está seu tesouro está seu coração”, completou.
Deonísio da Silva falou do latim, de sua importância na composição dos idiomas, e de sua utilização nos meios jurídicos e de sua utilização no Vaticano e no Direito. Lembrou que do Latim surgiram as línguas dialetais que aos poucos se transformaram em línguas. Hoje, segundo o professor, temos no Brasil entre 850 mil e 1 milhão de vocábulos em uso. “Não temos no país um dicionário que contemple todas as palavras usadas aqui. Mas com o avanço tecnológico temos como examinar e consultar o uso das palavras”.
Ele ainda defendeu a ideia de que ‘o verdadeiro significado leva à clareza’ e disse que “se não tivéssemos a decadência do ensino, poderiam dar mais relevância à etimologia, à história das palavras”. Ele trouxe exemplos de palavras, muitas utilizadas no ambiente jurídico, como ‘acórdão’ (sentença em que as partes acordam) e também as populares, utilizadas no cotidiano, como ‘baranga’ (aquele que tem a barriga com hérnia), conluio (inicialmente entendido como brincar junto) entre outras expressões.
Ao final, o palestrante presenteou três servidores com livros de sua autoria e o corregedor Renato Nalini agradeceu à participação de todos no encontro, em especial a Comarca de Ourinhos, com maior número de participantes no interior do Estado, que acompanharam pelo sistema de Ensino a Distância (EAD). Por meio desse sistema, 769 servidores de 51 comarcas assistiram às palestras e na capital estiveram presentes, entre servidores e magistrados, cerca de 200 pessoas.
Comunicação Social TJSP – HS (texto) / GD (fotos)
