Palestra sobre deficiência intelectual e autismo emociona servidores e magistrados

        Emoção. A palavra exprime a sensação que servidores e magistrados tiveram na manhã desta segunda-feira (11) durante palestras que trataram de um tema pouco discutido, mas que faz parte da vida de muitos brasileiros: deficiência intelectual e autismo. Para falar sobre o assunto, o Centro de Treinamento e Apoio aos Servidores (Cetra) do Tribunal de Justiça de São Paulo convidou duas especialistas: a presidente da Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social (Abads), Grace Pereira, e a neuropediatra Ângela Gonçalves.

        Além das mais de 180 pessoas que estavam na Sala do Servidor, no Fórum João Mendes Júnior, o evento foi assistido por outros 802 funcionários e juízes que acompanharam a transmissão em tempo real para 99 comarcas do Estado.O desembargador William Marinho de Faria também prestigiou o evento, representando a Coordenadoria da Família e Sucessões do TJSP.

        Grace Pereira falou sobre A Família e a Sociedade na Inclusão da Pessoa com Deficiência Intelectual e Autismo e abordou as dificuldades enfrentadas pelos pais de uma criança com algum tipo de deficiência. “O primeiro trabalho da Associação é acolher a família. São eles que precisam do primeiro apoio, antes mesmo das crianças, pois passam por um longo processo até chegar à aceitação.”

        A presidente da Abads também discorreu sobre a necessidade de criação de políticas públicas relacionadas ao tema.  “É possível à criança com deficiência se socializar, aprender na escola, se tornar um adulto autônomo e usufruir dos benefícios da cidadania como nós. Precisamos criar políticas para auxiliar neste trabalho de inclusão. Precisamos dar as mãos e chamar a atenção das autoridades. A família sozinha não aguenta”, concluiu.

        A neuropediatra Ângela Gonçalves ministrou a palestra Do Diagnóstico à Inclusão no mercado de Trabalho. Ela explicou que, como 10% da população brasileira têm algum tipo de deficiência, a sociedade deve se preocupar em atender às necessidades dessas pessoas, especialmente no que diz respeito à educação. “O diagnóstico precisa ser cuidadoso. A escola deve ter um ambiente estimulador, livre de preconceitos, para descobrir que habilidades a criança possui. O processo de amadurecimento fica prejudicado pela falta de oportunidade.”

        A médica também fez questão de enfatizar que a deficiência intelectual não é uma incompetência generalizada nem uma infância permanente, como muitos pensam. “Durante anos, acreditava-se que o deficiente não poderia trabalhar e que era inviável para o empregador. Hoje existem oficinas protegidas, cursos profissionalizantes e empregos apoiados.” Emocionada, ela finalizou dizendo que nunca é tarde para correr atrás do bem do seu filho.

        A presidente da Associação de Mães e Pais do Tribunal de Justiça de São Paulo, Shirlei de Oliveira Noel, também participou da mesa dos trabalhos e esclareceu dúvidas dos participantes. Ela explicou que os servidores do TJSP que têm filhos com deficiência podem receber ajuda de programa especial, ligado ao “creche-escola”, sem limite de idade, nos termos da Portaria nº 4.560/99.

        Ao final do encontro, foram distribuídas cartilhas de orientação sobre o autismo e a Síndrome de Down. O material foi produzido pela Abads e apresenta, de forma objetiva e simplificada, um manual para identificar os sintomas das doenças em bebês e crianças, além de uma lista com serviços de auxílio.

        O secretário da Presidência do TJSP e coordenador do Cetra, Kauy Carlos Lopérgolo de Aguiar, agradeceu a oportunidade de conhecer um pouco mais do trabalho desenvolvido aos portadores de deficiência intelectual. “Foi uma experiência indelével participar do encontro e poder aprender e conhecer as dificuldades de muitas famílias. O nosso servidor precisa desse amparo”, disse.

        A realização do evento contou com o apoio da Presidência do TJSP, da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo, da Escola Paulista da Magistratura (EPM) e da Coordenadoria da Família e Sucessões.

 

        Comunicação Social TJSP – AG (texto) / DG e AC (fotos)
        
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