A emoção estava estampada nos rostos dos novos desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo, empossados hoje (11) num repleto Salão do Júri do Palácio da Justiça. Paulo Sérgio Brant de Carvalho Galizia, Márcio Martins Bonilha Filho e Luciana Almeida Prado Bresciani, juízes de carreira, foram alçados ao topo da magistratura paulista, em cerimônia marcada por lágrimas, homenagens e entusiasmo.

        A mesa da solenidade foi composta pelo presidente Ivan Sartori, acompanhado do vice-presidente da Corte, José Gaspar Gonzaga Franceschini; o corregedor-geral da Justiça, José Renato Nalini; o orador em nome do TJSP, Luis Antonio Ganzerla; e a secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado, Eloisa de Sousa Arruda.

        Os empossados prestaram o termo de compromisso e receberam das mãos do presidente Sartori o Colar do Mérito Judiciário – principal honraria do Tribunal –, auxiliado pelos cônjuges de cada um deles.

        O desembargador Luis Antonio Ganzerla, que conduziu os novos integrantes do Tribunal de Justiça ao Salão do Júri, elogiou suas qualidades pessoas e profissionais, comentou brevemente suas trajetórias e falou a respeito da importância do cargo. “Um desembargador não apenas julga recursos, mas dá a última palavra em processos que podem decidir as vidas de muitas pessoas. A responsabilidade é imensa, mas é doce, quando existe entrega a essa nobre tarefa”, frisou. “As dificuldades serão superadas com sabedoria, serenidade e dignidade.”

        Luciana Bresciani lembrou os tempos de início na magistratura, em 1988, dos juízes e desembargadores que lhe auxiliaram e que se tornaram mestres do Direito. A gratidão também foi demonstrada aos pais, filhos, marido, parentes e funcionários de seu gabinete de trabalho. “É motivo de grande orgulho e responsabilidade acrescida a posse no cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, o maior do país, conhecido pela qualidade e correção na prestação jurisdicional, agora também por eficiência administrativa, celeridade e transparência”, disse. “Mas temos consciência de que ainda há muito por fazer e devemos estar dispostos a vencer o desafio e contribuir firmemente para uma sociedade mais justa, com respostas rápidas e eficientes à proliferação do desrespeito aos direitos do homem, quer pela desonestidade daqueles que deveriam servir de paradigma, quer pela violência gratuita nas ruas, ceifando vidas precocemente.”

        Para Márcio Martins Bonilha Filho, que como os demais deixou a emoção fluir em certo momento – em parte pela presença da mãe e do pai, o ex-presidente do TJSP Márcio Martins Bonilha (biênio 00/01) –, o percurso na carreira foi difícil, mas prazeroso. “Árdua foi a caminhada, mas plena a satisfação com o cumprimento do dever, com a distribuição da Justiça, na resolução dos conflitos, na tutela do Direito e na busca da harmonização social, que supera tudo, fortalece o espírito e plasma o julgador”, declarou. “Reafirmo, neste momento, com madura convicção, o juramento inicial, prestado nesta Casa, ao ingressar na carreira, em 1988, na certeza de que podemos e devemos contribuir, sob inspiração cristã, com a parcela de nosso esforço para o aprimoramento da ordem jurídica e a eficiência da prestação jurisdicional.”

        Paulo Sérgio Galizia fez uma regressão no tempo e lembrou, com alegria, as comarcas em que atuou e as pessoas com quem trabalhou. Também não foi esquecida sua passagem pelo Tribunal Regional Eleitoral, onde participou de importantes julgamentos. “Até aqui exerci uma carreira rica em experiências pessoais, jurisdicionais e administrativas, que me trouxeram uma imensa satisfação. Como sempre gostei do que fiz, não senti o peso dos anos e continuo com o mesmo entusiasmo”, falou. “Encerro minhas palavras com a oração de Padre Vieira, que me estimula a enfrentar os desafios da vida e da carreira que, espero, estejam longe de terminar: ‘As nossas ações são nossos dias; por elas se contam os anos, por eles se mede a vida; enquanto obramos racionalmente, vivemos; o demais tempo, duramos’.”

        O presidente Ivan Sartori externou a satisfação por dar posse aos novos desembargadores. “São pessoas de destaque. Suas trajetórias mostram o trabalho que realizam no Tribunal”, declarou o presidente, que citou rapidamente projetos que o TJSP tem implementado para aprimorar a prestação jurisdicional, como o Cejusc, o processo digital e as varas regionais. E encerrou a solenidade: “Minhas reverências a esses três grandes nomes da magistratura de São Paulo”.

        Também prestigiaram a cerimônia o presidente da Seção de Direito Privado, Antonio José Silveira Paulilo; o decano do Tribunal de Justiça e ex-presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo, Walter de Almeida Guilherme; os ministros do Superior Tribunal de Justiça Cid Flaquer Scartezzini e Raphael de Barros Monteiro Filho; o desembargador Luis Fernando Nishi, representando o diretor da Escola Paulista da Magistratura (EPM); o diretor da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e 2º vice-presidente da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis), Irineu Jorge Fava, representando os presidentes; o diretor-tesoureiro do Instituto Paulista de Magistrados (Ipam), Oscild de Lima Júnior, representando o presidente; o subprocurador-geral do Estado, do Contencioso Geral, Fernando Franco, representando o procurador-geral do Estado de São Paulo; o defensor público do Núcleo de Segunda Instância e Tribunais Superiores, Rafael Gandara D’Amico, representando a defensora pública-geral do Estado de São Paulo; o conselheiro seccional da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo, Fernando Castelo Branco, representando o presidente; o ex-presidente da Associação dos Advogados de São Paulo (Aasp) Arystóbulo de Oliveira Freitas, representando o presidente; o diretor cultural do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), Diogo Leonardo Machado de Melo, representando o presidente; o chefe da Assessoria Policial Civil do Tribunal de Justiça, Fábio Augusto Pinto, representando o delegado-geral de polícia do Estado de São Paulo; e o decano da Academia Paulista de Letras, poeta Paulo Bomfim, dezenas de desembargadores, juízes, integrantes do Ministério Público, Defensoria Pública, OAB, servidores e familiares dos empossados.  

 

        Currículos

        Paulo Sérgio Brant de Carvalho Galizia – Nascido em São Paulo, em 1961. Formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), em 1983. Ingressou na magistratura em 1985, como juiz substituto da 34ª Circunscrição Judiciária, com sede em Piracicaba. Atuou nas comarcas de Bananal, Pindamonhangaba e Taubaté. Atuou em São Paulo nos foros regionais de Itaquera e Pinheiros entre 1999 e 2006. Foi removido para o cargo de juiz substituto em 2º grau de São Paulo em 2009.

        Márcio Martins Bonilha Filho – Natural de São Paulo, onde nasceu em 1961. Formou-se em Direito pela USP, turma de 1985. Em 1988, ingressou na magistratura como juiz substituto da 44ª Circunscrição Judiciária, com sede em Guarulhos. Trabalhou em Apiaí e em Caçapava. Atuou também na 2ª Vara de Registros Públicos da Capital e desde maio de 2013 era juiz titular da 4ª Vara da Família e das Sucessões da Comarca de Santo André.

        Luciana Almeida Prado Bresciani – Nasceu em Jaú, em 1964. É bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Bauru, turma de 1985. Seu ingresso na magistratura ocorreu em 1988, como juíza substituta da 1ª Circunscrição Judiciária, com sede em Santos. Trabalhou nas comarcas de Queluz e Cotia. Atuou na Capital por quase 20 anos e era juíza substituta em 2º grau de São Paulo desde julho de 2009.

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