Três desembargadores se despedem da magistratura paulista

        A emoção marcou a despedida de três desembargadores da magistratura – Antonio Vilenilson Vilar Feitosa, Samuel Alves Junior e Júlio Vidal dos Santos Júnior – que participaram hoje (29) de suas últimas sessões em suas respectivas câmaras antes da aposentadoria. Homenagens foram prestadas por amigos e funcionários.

        Samuel Júnior e Antonio Vilenilson são integrantes também do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo e, na semana passada, tiveram sua última sessão marcada por palavras de carinho e elogios. O presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini, referiu-se aos desembargadores como dois dos maiores magistrados deste Tribunal. “Os dois são paradigmas, exemplos a serem seguidos, e a eles o carinho, a gratidão e o reconhecimento do Tribunal”. Ratificaram as palavras o vice-presidente do TJSP, desembargador Eros Piceli, e o corregedor-geral da Justiça, Hamilton Elliot Akel. Os desembargadores Roberto Mac Cracken, Antonio Carlos Malheiros, Paulo Dimas, Ademir Benedito, João Carlos Saletti, Antonio Luiz Pires Neto, Vanderci Álvares, Xavier de Aquino e o procurador de Justiça Gilberto de Angelis também renderam homenagens aos dois magistrados. Afirmaram que ambos são fontes de inspiração, desejaram sucesso, saúde e sorte nas novas trajetórias.

 

        Antonio Vilenilson – além dos integrantes do 5º Grupo de Câmaras de Direito Privado (composto pela 9ª e 10ª Câmaras), o vice-presidente do TJSP, desembargador Eros Piceli, o presidente da Seção de Direito Público, desembargador Ricardo Mair Anafe, familiares, amigos, advogados, colegas de faculdade e funcionários prestigiaram a despedida do desembargador.
        Os discursos dos integrantes do Grupo foram unânimes ao destacarem o aprendizado que todos tiveram na convivência harmoniosa com o colega. O primeiro a se manifestar foi o presidente e amigo, desembargador João Carlos Saletti. “Tive a honra e o privilégio de atuar ao seu lado por muito tempo, enriquecendo-me com seu convívio e valiosa sabedoria. Não há despedidas. Eu me sinto extremamente honrado em estar aqui e compartilhar esse momento. Em poder dar um abraço de irmão em quem eu sempre admirei.”

        Muito emocionado, o desembargador Walter Piva Rodrigues enalteceu seu grande amigo de turma. “Penso que o mundo mudou nesses 45 anos, quando ainda estávamos na faculdade. Mas continuamos os mesmos, utópicos e sonhadores. Como palavras suas se referindo a outros amigos, digo agora, ‘um baita juiz’. Ficará um vazio muito grande nas sessões de julgamento. Faltarão aquelas simbioses entre o Direito e a Literatura.”

        O procurador de Justiça José Luís Alicke falou em nome do Ministério Público. “Perderá a magistratura paulista um de seus mais eminentes julgadores. Desejo que essa nova caminhada lhe proporcione merecidos momentos.”

        O desembargador Carlos Alberto Garbi contou que foi seu aluno na faculdade por dois anos. “Aprendi com ele o Direito, mas também um pouco da natureza humana, a ter alegria na vida. Suas aulas eram sempre muito concorridas. Que Deus não lhe deixe faltar a alegria e a saúde que sempre teve.” Os advogados Arnaldo Malheiros e Sampaio Gouveia também prestaram sua homenagens.

        O desembargador Vilenilson, que integra a 9ª Câmara, agradeceu o carinho de todos. “As pessoas mais queridas de minha existência estão aqui. Amigos, familiares, advogados e funcionários. É um momento feliz. Quero agradecer a cada sorriso, cada olhar. Quero dizer muito obrigado”, concluiu.

        Antonio Vilenilson Vilar Feitosa é natural de Juazeiro do Norte (CE), nascido em 1944. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, turma de 1973. Ingressou na magistratura em 1975. Atuou nas comarcas de Santos, Viradouro, Itapecerica da Serra, Diadema. Foi promovido ao cargo de juiz auxiliar da Capital em 1980 e a juiz do 2º Tribunal de Alçada Civil em 1990. Assumiu o cargo de desembargador do TJSP em 2001.

 

        Samuel Alves de Melo Júnior - o desembargador Luís Francisco Aguilar Cortez, que preside a 1ª Câmara de Direito Público, falou sobre a satisfação de trabalhar com o desembargador Samuel Alves de Melo Júnior. “Vossa Excelência enriqueceu o currículo desta câmara. Para nós é muito honroso tê-lo aqui. Felicidades na sua nova etapa da vida.”

        Na sessão do 1º Grupo de Câmaras de Direito Público (composto pela 1ª e 2ª câmaras) e que foi presidida pelo desembargador Antonio Carlos Malheiros, as homenagens prosseguiram. “O desembargador Samuel Alves fará muita falta neste Tribunal. Destaco dentre suas inúmeras qualidades, sua inteligência fulgurante”, disse Malheiros, que também lembrou um fato inédito no Tribunal protagonizado pelo homenageado – a realização de audiência pública sobre o problema de falta de vagas nas creches na cidade de São Paulo. Recebeu felicitações também dos desembargadores Renato Delbianco, Marrey Uint, Luís Francisco Aguilar Cortez e Vera Angrisani, que destacaram como algumas de suas qualidades a humildade, discrição, sabedoria e sua capacidade de reinvenção.

        No encerramento do ciclo de homenagens, o desembargador Samuel Alves de Melo Júnior recebeu os cumprimentos dos integrantes da 2ª Câmara de Direito Público, que integrou por 10 anos.  A homenagem iniciou com o presidente da Seção de Direito Público, Ricardo Mair Anafe. “O desembargador Samuel é um amigo acima de tudo. Tenho a honra de trabalhar com ele desde 1986, ocasião em que o sucedi na Vara de Menores, do Fórum Regional de Santo Amaro. E agora o sucedo na presidência da Seção. Aceite meus cumprimentos e os do desembargador Eros Piceli, que não pôde estar aqui.”

        A desembargadora Luciana Bresciani, presidente da Câmara, destacou que o momento era feliz “porque todos aqueles que acreditam na justiça, gostam de ver a história de um grande magistrado. A magistratura perde, mas a advocacia ganhará.” Também fizeram uso da palavra os desembargadores Vera Angrisani, Claudio Augusto Pedrassi, Edson Ferreira, Henrique Nelson Calandra, Carlos Violante, Luís Geraldo Sant Ana Lanfredi e Renato Delbianco. Todos o destacaram pela amizade, inteligência e o definiram como referência de magistrado.

        Visivelmente emocionado, o desembargador Samuel Alves de Melo Júnior disse que havia nele uma mistura de emoções – tristeza e alegria. “Tudo passou muito rápido. Fui privilegiado na carreira. Digo isso com sentimento de missão cumprida e orgulho. Agradeço as elogiosas palavras que levarei no meu coração.”

        Samuel Alves de Melo Júnior é natural de Anápolis (GO), nascido em 1944. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Sul de Minas, turma de 1971. Ingressou na magistratura em 1974 e atuou nas comarcas de Birigui e Registro. Foi promovido a juiz auxiliar da Capital em 1980 e removido para o cargo de juiz substituto em 2º grau no ano de 1990. Em 1993 foi promovido ao Tribunal de Alçada Criminal e, em 2003, assumiu o cargo de desembargador.  Presidiu a Seção de Direito Público do TJSP no biênio 2012/2013.

 

        Júlio Vidal dos Santos Júnior – A emoção tomou conta e palavras embargadas fluíram na sessão da 28ª Câmara de Direito Privado. Pelas mãos do juiz substituto em segundo grau, Gilson Delgado Miranda, os integrantes da Câmara entregaram flores à senhora Rosandra, esposa do homenageado. O presidente da Câmara, desembargador Manoel Justino Bezerra Filho, disse conhecer Vidal desde que entrou na magistratura e elencou suas qualidades.

        O vice-presidente do TJSP, desembargador Eros Picelli, representando também presidente da Corte, desembargador Renato Nalini, participou da homenagem e elogiou o colega, a quem definiu como uma pessoa amável, amiga, que sempre mantém um sorriso no rosto. "Quero deixar consignado o carisma e a lealdade. A grande virtude hoje é cultivar amigos e a prova física está aqui”, referindo-se ao grande número de amigos presentes. O presidente da Seção de Direito Privado, Artur Marques da Silva Filho, também esteve presente e ressaltou que Júlio Vidal sempre foi discreto e ponderado. "Um amigo para todas as horas. Seja bastante feliz porque você merece."

        O escolhido para falar em nome da câmara foi o desembargador César Lacerda, que não conteve as lágrimas ao falar do amigo. "À moda mineira, Júlio sempre foi pessoa reservada, mas esse traço de personalidade não conseguiu esconder seus principais predicados, de retidão de caráter, honestidade, franqueza e lealdade, características reconhecidas por seus colegas, amigos e funcionários. Esteja certo Júlio, que todos os integrantes da 28ª Câmara têm orgulho e se sentem extremamente honrados de terem trabalhando ao seu lado". Ao término da saudação, pediu licença para abraçar o homenageado, para quem pediu uma salva de palmas.

        Com pausas para conter sua emoção, Júlio Vidal agradeceu à esposa e família, todos os funcionários com quem trabalhou ao longo dos anos e aos amigos da Câmara. "Por tudo isto, só me resta concluir: valeu a pena ter sido juiz integrante desse Tribunal! Por outro lado, dentro de minhas limitações, tenho certeza absoluta de ter cumprido com o que me foi reservado, pois de acordo com a minha livre convicção, não julguei por considerações a pessoas ou pelo valor das quantias litigadas, sempre procurando dar a cada um o que é seu. Valeu a pena tudo que fiz", finalizou emocionado.

        Júlio Vidal dos Santos Júnior nasceu em Uberaba (MG), em 1944. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, turma de 1976. Em 1981, ingressou na Magistratura paulista, passando por Guarulhos, São Luiz do Paraitinga, Pereira Barreto e Cubatão. Em 1987, foi removido para auxiliar em São Paulo e, em 1990, promovido para Entrância Especial, atuando no fórum da Lapa. Em 1995, foi removido a juiz substituto em Segundo Grau e, em 2002, promovido por merecimento a juiz do 2º Tribunal de Alçada Civil. Assumiu o cargo de desembargador em 2005.

 

        Comunicação Social TJSP – AG, VG e LV (texto) / AC, GD e RL (fotos)
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