EPM promove a palestra ‘Diálogos feministas’

Debates trataram da história do Movimento Feminista.

 

        Foi realizado, no último dia 9, na Escola Paulista da Magistratura (EPM), a palestra Diálogos feministas, ministrada pelas advogadas Maria Amélia da Almeida Teles e Joanna Vieira Noronha, com a participação das juízas Camila de Jesus Mello Gonçalves e Rafaela Caldeira Gonçalves, coordenadoras do evento.

        Maria Amélia Teles iniciou as exposições com o tema “Breve história do feminismo no Brasil”. Ela recordou que neste ano comemora-se o 100º aniversário da instituição do Dia Internacional da Mulher. E esclareceu, com base no livro As origens e comemorações do Dia Internacional da Mulher, de Ana Isabel Alvarez Gonzalez, que a comemoração teve origem na luta das mulheres russas. “Quem começou a Revolução Russa foram as mulheres, que saíram em passeata, pedindo paz e pão.”

        Ela ressaltou que ser feminista é não se conformar com a desigualdade, com os “não direitos” e com a exclusão de cidadania. “A história das mulheres nos ensina que esta é uma história de violência. E discriminação também é violência”, salientou. E ponderou que a violência física contra as mulheres é uma construção histórico-social, apontando a necessidade de um trabalho de conscientização, não apenas para o agressor, mas também para a vítima, “que muitas vezes enxerga a situação como aceitável”, observou.

        A palestrante citou ainda dados do Mapa da Violência, que revelam que, em 2016, 503 mulheres foram agredidas fisicamente a cada hora. Mencionou também o ciclo da violência, lembrando que muitas vítimas não têm coragem de denunciar o agressor ou fazer a denúncia, mas desistem do processo judicial. “Não paramos para refletir que essa mulher pode ter uma dependência afetiva, dificuldades econômicas, sofrer pressão da família. E muitas mulheres são orientadas pela Igreja contra o divórcio nestes casos”, frisou.

        Movimento Feminista

        Na sequência, Joanna Noronha discorreu sobre os temas “A história do feminismo na América do Norte (Estados Unidos e Canadá)” e “A importância do Movimento Feminista para as conquistas obtidas”. Ela recordou que o feminismo teve início com a luta internacional das sufragistas, e destacou marcos como o direito ao voto, conquistado pelas mulheres em 1917 no Canadá, e em 1920 nos EUA. Destacou ainda o surgimento da pílula anticoncepcional, na década de 1960, a luta pelo aborto legal e seguro, e a entrada em massa da mulher no mercado de trabalho, que coincide com a discussão sobre os direitos sexuais e o acesso aos contraceptivos, bem como a reforma legal do divórcio.

        Ela salientou que o movimento feminista não foi homogêneo, havendo diversas subdivisões ao longo do tempo, como o feminismo das negras e o feminismo gay. Acrescentou que atualmente existe a vertente Queer, que problematiza a capacidade de um único movimento representar inúmeras culturas, lutas e estigmas diferentes, vividos por diversos grupos femininos. “O feminismo é um movimento amplo, diverso, um movimento de alianças, que por vezes tem interesses diversos e se rompe. Sofisticado e complicado, como todos os outros movimentos políticos”, concluiu.

 

        Comunicação Social TJSP – LS (texto e fotos)

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