EPM inicia o curso ‘A noção de justiça na história da Filosofia’

Aulas são ministradas pelo professor Alysson Mascaro.

 

        Com a palestra “Antiguidade clássica: Sócrates, Platão e Aristóteles”, teve início no último dia 21 o curso A noção de justiça na história da Filosofia da Escola Paulista da Magistratura (EPM). Com cinco aulas, o curso é ministrado pelo professor Alysson Leandro Mascaro, sob a coordenação do desembargador Paulo Magalhães da Costa Coelho e do juiz Luis Manuel Fonseca Pires, coordenadores da área de Filosofia da Escola.

        A abertura dos trabalhos foi feita pelo diretor da EPM, desembargador Francisco Loureiro, que agradeceu a participação de todos, em especial dos coordenadores e do palestrante, e ressaltou o grande interesse despertado pelo curso, que teve mais de 460 alunos matriculados.

        Alysson Mascaro falou inicialmente da importância de se conhecer a evolução histórica do conceito de justiça e os debates travados desde a antiguidade para se entender os valores e ideias de hoje. “Esse passado ainda está profundamente presente nas lutas do nosso tempo e, de alguma maneira, ainda direciona as posições jurídicas, políticas e sociais”, ponderou.

        Ele recordou que o primeiro filósofo a abordar o conceito de justiça foi Anaximandro de Mileto (610 – 546 a.C.). Mencionou também os sofistas, que vendiam argumentos aos cidadãos durante o período da democracia ateniense. Para eles, a justiça não era uma deusa, como acreditavam os gregos e romanos em suas mitologias, mas uma convenção humana.

        Na sequência, discorreu sobre o pensamento de Sócrates (469 a 399 a.C), lembrando que ele criticava os sofistas por não terem um real apreço pela justiça, porque considerava que ela não pode ser o argumento de quem pagou mais. O professor lembrou que Sócrates apregoava o amor ao saber, significado do termo filo (amor) sofia (saber), e criticava a democracia ateniense, porque acreditava que o governo não pode simplesmente ser determinado conforme a opinião das pessoas.

        Alysson Mascaro falou a seguir sobre as ideias de Platão (428/427 a 348/347 a.C.), discípulo de Sócrates, que preconizava que a opinião por si mesma não pode fazer justiça e que a sistematização de várias opiniões semelhantes, embora forme um conceito, deriva da opinião da maioria e também não pode ser justa. Ele esclareceu que Platão entendia a justiça como uma ideia, lembrando que, para o filósofo, as ideias estão acima das opiniões e conceitos e, acima das ideias está a ciência. E acrescentou que, para Platão, o governo deveria ser constituído de uma minoria de sábios (aqueles que têm ciência). Para se ter uma sociedade justa, seria preciso ter igualdade de condições, de maneira que todos pudessem desenvolver suas capacidades e talentos e para que fosse possível reconhecer os verdadeiros sábios.

        Por fim, o professor discorreu sobre Aristóteles (384 a 322 a.C.), aluno de Platão, que defendia que justiça é dar a cada um aquilo que é seu, ou seja, uma ação humana, sendo que aquilo que não for objeto da ação humana não está sob os auspícios da justiça. Acrescentou que, para Aristóteles, justo não é quem apenas sabe o que é justiça, mas quem a pratica. Lembrou ainda que o filósofo preconizava que justiça é a virtude que acompanha as demais virtudes (não se pode ter uma determinada virtude sem ser justo). E mencionou a ideia de justiça particular, que compreende essa virtude isoladamente.

 

        Comunicação Social TJSP – LS (arte) / MA (fotos)

        imprensatj@tjsp.jus.br

COMUNICAÇÃO SOCIAL

NotíciasTJSP

Cadastre-se e receba notícias do TJSP por e-mail



O Tribunal de Justiça de São Paulo utiliza cookies, armazenados apenas em caráter temporário, a fim de obter estatísticas para aprimorar a experiência do usuário. A navegação no portal implica concordância com esse procedimento, em linha com a Política de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais do TJSP