EPM inicia seminário sobre Direito Digital no Fórum João Mendes Júnior

Exposições são ministradas por magistrados.

 

        Com debate sobre questões relacionadas ao Marco Civil da Internet, teve início, no último dia 27, o seminário A magistratura paulista discute o Direito Digital alinhado à doutrina e à jurisprudência modernas, promovido pela Escola Paulista da Magistratura (EPM) no Fórum João Mendes Júnior.

Em seis encontros, o seminário objetiva proporcionar a discussão de temas relacionados ao Direito Digital a partir de painéis realizados pelos juízes de São Paulo, com foco no compartilhamento de experiências extraídas das lides forenses.

        Na abertura dos trabalhos, o diretor da EPM, desembargador Francisco Eduardo Loureiro, agradeceu a presença de todos e a dedicação dos coordenadores do seminário e enfatizou a importância do Direito Digital. “Com duas leis recentes (Marco Civil da Internet e Lei Geral de Proteção de Dados), esse é o tema mais atual que nós enfrentamos e que tem gerado grandes desafios para os juízes e demais profissionais do Direito”, salientou.

        O corregedor-geral da Justiça, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco, destacou a atuação da Escola no aprimoramento dos conhecimentos dos integrantes do Tribunal, visando prestar um serviço com ainda mais profundidade ao cidadão. “Talvez hoje essa seja a área mais importante do Tribunal de Justiça, pois tudo o que se faz no TJSP  esbarra e passa pelo Direito Digital. Precisamos entender a legislação e saber aplicá-la”, frisou.

        O desembargador Luís Soares de Mello Neto, coordenador da Área de Tecnologia da Informação e Direito Digital da EPM e do seminário, recordou que os desembargadores Geraldo Pinheiro Franco e Luís Francisco Aguilar Cortez (vice-diretor da Escola) foram os fundadores do Núcleo de Estudos em Direito Digital da EPM, em 2017, juntamente com o juiz Fernando Antonio Tasso, também coordenador da Área de Tecnologia da Informação e Direito Digital e do seminário. Ele agradeceu o empenho de todos e o apoio do diretor da Escola para a realização do evento.

 

        Marco Civil da Internet – questões técnicas e processuais

        Iniciando as exposições, Fernando Tasso discorreu sobre remoção de conteúdo e requisição de registros, responsabilidade civil dos provedores por atos de terceiros e anonimato, entre outras questões. Ele destacou o cenário antes e depois do Marco Civil da Internet, salientando que a legislação implicou o aumento da judicialização das demandas. Abordou também a multiplicação de um endereço de IP (número que identifica um dispositivo em uma rede) em dezenas de milhares de portas de origem ou portas lógicas, o que dificulta a identificação de um usuário que atue de forma indevida. Mencionou também a tecnologia IPv6 (em fase de implantação mundial), que permite destinar um IP para cada aparelho eletrônico, sem a necessidade de multiplicá-lo em inúmeras portas.

        Na sequência, o juiz Fernando da Fonseca Gajardoni analisou questões processuais relacionadas à aplicação do Marco Civil. Ele citou os objetivos mais comuns das demandas ajuizadas, as medidas cabíveis e a legitimidade passiva para os casos em que se sabe ou não quem é o causador do dano. Entre outras questões, explanou sobre a análise das justificativas de recusa de remoção do conteúdo ou de indicação do IP pelo servidor de aplicação ou de indicação do usuário pelo servidor de conexão; cumprimento de obrigação de fazer, competência do foro de domicílio da vítima para a requisição dos registros; sigilo judicial; cabimento das demandas nos juizados especiais; e releitura após o Marco Civil da Lei 9.296/96, que regulamenta a interceptação de comunicações telefônicas. Por fim, apresentou casos emblemáticos na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.

 

        Comunicação Social TJSP – RF (texto e fotos)

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