Caps promove webinar “Avaliação de risco e prevenção do suicídio”

Evento relacionado à campanha Setembro Amarelo.

A Coordenadoria de Apoio aos Servidores (Caps) promoveu ontem (10), em parceria com a Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP) e a Escola Judicial dos Servidores (Ejus), o webinar "Avaliação de risco e prevenção do suicídio". A palestra foi ministrada pela médica psiquiatra Kátia Oddone Del Porto, mestre em psiquiatria pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e psicoterapeuta cognitivo-comportamental pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Cerca de 400 pessoas participaram do evento virtual.
A médica iniciou a palestra explicando que o suicídio "é um problema de dimensões globais e ocorre em todas as culturas". Segundo ela, dados apontam que cerca de um milhão de pessoas morrem anualmente por suicídio em todo o mundo. "Mortes ocorridas por suicídio superam os números provocados por guerra e homicídios combinados. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma pesquisa realizada em 2013 coloca o Brasil em oitavo lugar entre os países com maiores índices de suicídio", continuou Kátia Del Porto. Para a especialista, estas estatísticas mostram o quanto é necessário aprofundar o tema cada vez mais e, principalmente, desmistificar diversos tabus que ainda existem na sociedade e causam entrave no combate à questão.
A psiquiatra explanou para os participantes os mitos que ouvimos e replicamos sobre suicídio no dia a dia. "Uma das principais falsas afirmações é dizer que o suicídio é uma decisão individual. Também é falso dizer que, se uma pessoa pensa em suicídio, ela corre risco de tentativa pelo resto da vida; e também que as pessoas que ameaçam tirar a própria vida só querem chamar atenção", considerou. "Pensar que, se uma pessoa se sente deprimida e pensa em suicídio, mas depois se sente melhor, significa que o problema já passou; ou que quando um indivíduo mostra sinais de melhora ou sobrevive a uma tentativa de suicídio, está fora de perigo; também são mitos a serem quebrados", acrescentou. Por último, o mito de que falar sobre o assunto em casa, nas instituições e até mesmo na mídia seria um fator de aumento de risco. "Quanto mais falarmos sobre o tema, melhor. Sabemos inclusive que campanhas como o Setembro Amarelo já tem apresentado resultados positivos", afirmou a palestrante.
"A tentativa prévia é o fator de risco mais importante. Uma pessoa que passou por uma tentativa tem de cinco a seis vezes mais chance de tentar de novo; 50% dos que cometeram suicídio já haviam tentado antes", informou a especialista. "Esta é segunda maior causa de morte entre jovens com 15 a 29 anos; 79% ocorrem em países de baixa e média renda; e geralmente o uso de pesticidas, enforcamentos e armas de fogo são os métodos mais comuns. Outras causas muito presentes, são as doenças mentais, como distúrbios de humor, e uso de substâncias tóxicas, que representam 35,8% e 22,4% das causas de morte por suicídio, respectivamente."
Além dos fatores de risco – sentimento de desesperança e desamparo, impulsividade, idade, enfermidades, transtornos mentais, entre outros -, é preciso identificar também os fatores protetores, aqueles que auxiliam os indivíduos que sofrem de tendências suicidas. "O bom suporte familiar, o senso de responsabilidade para com a família, boa autoestima e a religiosidade, independente de credo, são fatores que protegem a pessoa de pensamentos e atitudes suicidas", ponderou Kátia Del Porto.

Para concluir, a especialista apresentou quatro passos que podemos seguir para ajudar uma pessoa sob risco de suicídio: conversar, acompanhar, buscar ajuda profissional e proteger. Atualmente, diversos canais estão disponíveis para este tipo de suporte, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que em parceria com o SUS, oferece escuta e apoio emocional gratuito, sob total sigilo, pelo telefone 188, Skype, chat e voip 24 horas todos os dias. Outros canais importantes são prontos socorros e hospitais e as unidades básicas de atendimento (UBS), as Unidades de Pronto Atendimento (UPAS), e os Centros de Atendimento Psicossocial. "A prevenção é possível e com atitudes simples podemos fazer muito por alguém que passa por isso", encerrou a psiquiatra.

 

Comunicação Social TJSP – TM (texto) / Reprodução (foto)
imprensatj@tjsp.jus.br


Siga o TJSP nas redes sociais:
www.facebook.com/tjspoficial
www.twitter.com/tjspoficial
www.youtube.com/tjspoficial
www.flickr.com/tjsp_oficial
www.instagram.com/tjspoficial

COMUNICAÇÃO SOCIAL

NotíciasTJSP

Cadastre-se e receba notícias do TJSP por e-mail



O Tribunal de Justiça de São Paulo utiliza cookies, armazenados apenas em caráter temporário, a fim de obter estatísticas para aprimorar a experiência do usuário. A navegação no portal implica concordância com esse procedimento, em linha com a Política de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais do TJSP