Desligamento compulsório de jovens do acolhimento institucional é tema de palestra da CIJ

Encontro abordou reflexões sobre o tema. 
 
A Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) e a Escola Judicial dos Servidores (EJUS) do Tribunal de Justiça de São Paulo promoveram, na sexta-feira (16), a palestra “(Des)Institucionalização por Maioridade? Reflexões Sobre o Desligamento Compulsório de Jovens do Acolhimento Institucional”. O evento on-line foi mediado pela juíza Sirley Claus Prado Tonello, integrante da coordenadoria. Palestraram a mestra em Psicologia Social e coordenadora do Grupo nÓs, Natália Yukari Mano, e a psicóloga e técnica do mesmo grupo, Bruna Tiengo.    
Na abertura, Natália Yukari falou sobre o contexto histórico da institucionalização, retornando ao século XIX, quando se dava por questões relacionadas à pobreza e não por orfandade ou abandono. Conceituou o acolhimento institucional como medida de proteção contra violação de direitos, excepcional e provisória, que ocorre quando a criança ou adolescente é retirado do convívio familiar e fica sob a tutela do Estado. A mestra em psicologia destacou a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, que reconheceu os jovens como sujeitos de direito. 
Ela ressaltou fatores comuns a muitas crianças que passam longos períodos em ambiente institucional, como sentimentos de angústia e solidão, dificuldade de identificar gostos, preferências, sonhos e desejos, entre outros. “A institucionalização é muito mais do que estar entre muros, de maneira fechada e isolada. Ela reverbera na forma como a pessoa produz e reproduz a vida. A construção da nossa subjetividade, de sermos o que somos hoje, está diretamente ligada aos ambientes que nos cercam e às experiências que esses ambientes nos proporcionam”, pontuou.  
Em seguida, Bruna Tiengo falou sobre o trabalho realizado pelo grupo nÓs, que atua para facilitar o processo de transição de jovens em situação de acolhimento para a vida adulta e independente. A palestrante destacou as metodologias de trabalho utilizadas, como encontros temáticos com adolescentes a partir dos 14 anos em que são trabalhados assuntos como trabalho, moradia, uso consciente do dinheiro, educação e cidadania. O objetivo é reforçar a identidade e o sentimento de autonomia nos jovens. 
O acompanhamento individual com adolescentes a partir dos 17 anos também foi mencionado pela psicóloga, momento considerado desafiador, quando é feita a preparação para a saída do sistema de acolhimento, e continua até completar 19 anos. “Todos eles estão em volta do processo de reconhecimento da autonomia, que é a capacidade de se autogovernar. Pensar em autonomia é ter um repertório vasto com possibilidades de escolhas e, para isso, esses meninos e meninas precisam de ajuda, de suporte e de pessoas que apontem algumas direções”, salientou. 
Ao final do encontro, as palestrantes esclareceram dúvidas e responderam perguntas dos participantes.  
 
Comunicação Social TJSP – FS (texto) / LC (reprodução e arte) 
 
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