Educação antirracista para profissionais é tema de palestra da CIJ

Exposição da professora Waldete Tristão.
 
A Escola Judicial dos Servidores (EJUS) e a Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) do Tribunal de Justiça de São Paulo realizaram, na sexta-feira (9), a palestra “Educação antirracista para profissionais da Vara da Infância e da Juventude do TJSP”, ministrada pela professora Waldete Tristão Farias Oliveira. O evento foi mediado pela juíza integrante da CIJ Maria Lucinda da Costa.
Na abertura, a magistrada falou sobre a importância do tema. “Não cabe mais negarmos as microagressões que cometemos no nosso dia a dia. É nossa obrigação que tenhamos esse letramento racial”, afirmou. 
Waldete Tristão Farias Oliveira traçou um panorama histórico e discutiu os impactos do racismo estrutural para crianças e adolescentes, incluindo a limitação do acesso às oportunidades educacionais. “Na primeira infância, o preconceito contribui para que eles não construam uma identidade positiva a partir daquilo que são. O racismo na infância e na adolescência promove impactos no desenvolvimento emocional, pois pode desenvolver insegurança. As crianças constroem o pertencimento cultural a partir do caldo cultural em que vivem”, salientou.
A palestrante abordou legislações sobre o assunto, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, alterada pela Lei nº 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira; e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Em seguida, falou sobre desigualdade material e as consequências do racismo em todas as áreas da vida. “Estudos indicam que o racismo pode estar associado a níveis mais altos de estresse, ansiedade e depressão. Outros, apontam que há distribuição desigual de afeto para crianças negras em todos os lugares, inclusive nas escolas”, disse. 
Ao final, a professora evidenciou o racismo como limitador de oportunidades e o consequente reforço das desigualdades sociais, bem como a necessidade de políticas públicas e de uma educação antirracista que garanta a equidade racial desde a infância. "Há um provérbio africano que diz que é preciso uma aldeia para criar uma criança. Toda essa rede que a atende precisa estar conectada porque, na contemporaneidade, essa aldeia somos nós”, concluiu. 
 
Comunicação Social TJSP – BC (texto) / LC (reprodução e arte)
 
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