Programa Semear aborda impactos do desenvolvimento pessoal na redução da reincidência criminal
Reunião mensal realizada no IAP.
Integrantes do Sistema Estadual de Métodos para Execução Penal e Adaptação Social do Recuperando (Semear) se reuniram, ontem (26), no Instituto Ação Pela Paz (IAP), para balanço mensal dos trabalhos. O encontro foi conduzido pelo gestor do programa e coordenador da Coordenadoria Criminal e de Execuções Criminais (CCrim) do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Luiz Antonio Cardoso, e pela diretora executiva do IAP, Solange Senese.
Na abertura do encontro, o magistrado destacou a importância da atuação conjunta dos diversos atores sociais para o bom desempenho do programa. “Isso é o Semear: Estado, Poder Judiciário e sociedade civil fazendo um trabalho de aproximação, desenvolvimento e pesquisa”, afirmou. Na sequência, Solange evidenciou os esforços em prol da melhoria da segurança no Estado. “Nós experimentamos projetos, aferimos os impactos na reincidência e cruzamos dados para entender qual é a combinação de assistências que mais impactam.”
Na sequência, foram apresentados dados do programa. Desde 2014, o Semear desenvolveu 1.048 projetos em 159 unidades prisionais do estado, sendo 226 neste ano. No total, são mais de 30,1 mil reeducandos atendidos pela iniciativa, além de 5,6 mil egressos e 516 servidores atendidos.
A reunião contou, ainda, com exposição do psicanalista Eduardo Casarotto sobre a recuperação dos reeducandos. Nas unidades prisionais, ele trabalha com atividades que alteram a estrutura neurológica dos reeducandos, para que eles aprendam a reagir melhor às adversidades. “O orgulho é a necessidade primitiva de ter importância para ser aceito. As maiores dores que sentimos na vida são o abandono, a rejeição e a solidão, então, se tivermos conhecimentos sobre aceitação, respeito e honestidade, nossas reações serão menos impulsivas”, disse.
Em seguida, a presidente do Fundo Social de Solidariedade de Rio Claro, Bruna Perissinotto, compartilhou sua experiência durante visita realizada ao Centro de Ressocialização Feminina da região e falou sobre projetos envolvendo mulheres e crianças. “Minhas maiores preocupações são fortalecer mulheres e ressignificar a cabeça das crianças que vivem em meios de violência”, salientou.
Ao final, o desembargador Luiz Antonio Cardoso anunciou que o Semear recebeu moção de reconhecimento internacional pela Universidade de Sorbonne, na França.
Participaram da reunião o juiz substituto em 2º grau, Jayme Walmer de Freitas; a juíza da 2ª Vara de Taquaritinga e integrante da CCrim, Taiana Horta de Pádua Prado; o presidente da Comissão Especial de Política Criminal e Penitenciária da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo (OAB SP), Leandro Lanzellotti de Moraes; o coordenador da Coordenadoria de Execução Penal da Região Noroeste do Estado, Jean Ulisses Campos Carlucci; os chefes das Divisões Regionais de Formação Educacional, Trabalho e Capacitação Profissional do estado de São Paulo, Cláudio Nachibal Junior, Lilian Tardem Ferro Berti, Janser Ricardo Gonçalves, Eraldo Oliveira de Jesus e Diogo Fraga da Silva; a coordenadora e a supervisora de serviço do Departamento Estadual de Execuções Criminais (Deex), Fernanda Menezes de Souza e Beatriz de Moraes Abi Rached Braga, respectivamente; entre outros representantes de instituições públicas e privadas.
Semear – Criado em 2014 pela Presidência do TJSP e pela Corregedoria Geral da Justiça, em parceria com o Governo do Estado, por meio da SAP e do Instituto Ação pela Paz, o Semear busca maior efetividade na recuperação dos presos e suas famílias. A partir da articulação com a sociedade civil, prefeituras e entidades parceiras, o programa promove a ressocialização de sentenciados que cumprem pena de prisão no Estado de São Paulo, com atividades educacionais e laborativas, bem como um conjunto de ações articuladas para melhor aparelhar o cumprimento da pena, permitindo o funcionamento de estruturas que ofereçam opções de trabalho e ensino para o recuperando, de forma a evitar a reincidência e seu reingresso no sistema carcerário.
Comunicação Social TJSP – BC (texto) / LC (fotos)
Siga o TJSP nas redes sociais: