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'Agenda 150 Anos' relembra vida de Laudo Ferreira de Camargo

        O ministro Laudo Ferreira de Camargo, figura que marcou época no Judiciário brasileiro, foi o homenageado de ontem (10) da Agenda 150 Anos de Memória Histórica do Tribunal de Justiça Bandeirante. O orador do evento foi o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, desembargador Antonio Carlos Mathias Coltro, que cumpriu a missão de resgatar o exemplo de magistrado e figura pública que é Camargo.

        Homem que ficou conhecido como “O Juiz” e “O Justo”, que desafiou o governo Getúlio Vargas e depois foi alçado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por ele, Laudo Ferreira de Camargo nasceu na cidade de Amparo, São Paulo, em 1881. Formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e iniciou carreira como promotor em 1905. Ingressou na Magistratura em 1910, quando foi nomeado para a Comarca de Itaporanga.

        O homenageado, então, galgou sucessivamente todos os degraus da carreira. Passou pelas comarcas de Caruju, São Simão, Ribeirão Preto e Santos, antes de ser promovido a desembargador, em 1930. Sua influência no posto foi tão grande que assumiu o governo do Estado, como interventor, em 1931. No ano seguinte Getúlio Vargas alçou-o ao STF. Foi eleito presidente do órgão, o cargo mais elevado da Justiça, em 1949 e permaneceu no posto até sua aposentadoria, no ano de 1951. Faleceu em 1963, no Rio de Janeiro. O centenário de seu nascimento foi marcado por diversas homenagens, inclusive por sessão solene no STF.

        Coltro não se limitou a perfilar dados biográficos. Pesquisou depoimentos, homenagens e material enviado pela família, e assim pôde relatar fatos da vida do homenageado que deram vida ao evento. “Foi-me contado que ao tempo em que judicava na Comarca de Santos, e sendo noticiado que determinado suspeito estava sendo injustamente transferido por mar pela polícia, requisitou uma lancha e logrou interceptar aquela em que estaria o detido, conduzindo-o de volta à terra firme”, narrou o desembargador.

        Em nome da família falou a neta do homenageado, Ana Maria de Almeida Camargo. “A concisão e a sobriedade foram a marca dominante dos votos e acórdãos dos quais participou e constituem a tradução perfeita de quem conseguiu conciliar as qualidades de profundo conhecimento do Direito com a simplicidade e a clareza que caracterizaram todos os seus atos”, disse ela.

        Em seguida assumiu a tribuna o presidente da Seção de Direito Privado, desembargador Artur Marques da Silva Filho, que falou em nome do presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini.  Ele elogiou as “lições públicas de Direito” que foram evocadas por Coltro.  “Todas essas recordações revelam bem a grandeza do homenageado”, disse ele. “Revigoram-se todas as suas características de bom julgador, excelente magistrado e, sobretudo, de homem de personalidade forte e firme que se contrapôs àquele que veio a assumir o País (Getúlio Vargas)”.

        Também prestigiaram a solenidade o presidente da Seção de Direito Criminal do TJSP, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco; o presidente da Seção de Direito Público, desembargador Ricardo Mair Anafe; os juízes assessores da Presidência Ricardo Felicio Scaff, Maria de Fatima Pereira da Costa e Silva, Paulo Antonio Canali Campanella, Fabio Eduardo Basso, Maria Fernanda de Toledo Rodovalho e Fernando Awensztern Pavlovsky; o presidente da Comissão de Resgate da Memória da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo, José de Ávila Cruz, representando o presidente; o vice-presidente da Arpen/SP, Ademar Custódio, representando o presidente; a conselheira do Condephat, Ana Luiza Martins; o chefe de gabinete da Presidência do TJSP e decano da Academia Paulista de Letras, poeta Paulo Bomfim; o sobrinho do homenageado, Roberto Trentini de Almeida; demais desembargadores, juízes, servidores e amigos.


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        Comunicação Social TJSP – GA (texto) / RL (fotos)
        
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