Projeto Pardal, da Comarca de São José do Rio Preto, é tema da palestra da CIJ
Reintegração e desenvolvimento de adolescentes.
A Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) e a Escola Paulista da Magistratura (EPM) do Tribunal de Justiça de São Paulo realizaram, na sexta-feira (22), ciclo de palestra com o tema “Projeto Pardal: apoio à reintegração e ao desenvolvimento de adolescentes em medida socioeducativa”. As exposições foram conduzidas pelo juiz Evandro Pelarin e pela psicóloga judiciária Priscila Silveira Duarte Pasqual, que conduzem o projeto na Vara da Infância e da Juventude de São José do Rio Preto. A mediação do evento foi da juíza Calila de Santana Rodamilans.
O juiz Evandro Pelarin iniciou sua fala contextualizando o Projeto Pardal — Programa de Apoio à Reintegração de Adolescentes por meio da Leitura. Estruturado por meio de um convênio entre o TJSP, a Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Casa, o projeto oferece oportunidades para o desenvolvimento social, educacional e criativo dos adolescentes cumprindo medidas socioeducativas, incentivando a leitura e outras atividades culturais, como visitas a museus, oficinas artísticas e intervenções literárias. “Para nós, tem sido uma surpresa em ver como a cultura exerce uma força gigante sobre a possibilidade de transformação e de mudança do ser humano”, afirmou o magistrado, que realiza intervenções de literatura com os jovens utilizando obras de Fiódor Dostoiévski e Miguel de Cervantes.
A psicóloga Priscila Silveira Duarte Pasqual aprofundou a apresentação abordando os resultados práticos do projeto e seu impacto sobre o comportamento dos adolescentes. Segundo ela, o município de São José do Rio Preto possui cerca de 27 mil adolescentes entre 13 e 17 anos, sendo que 230 cumprem medidas socioeducativas. Ela explicou que o Projeto Pardal foi concebido como uma proposta de imersão contínua em atividades culturais e artísticas, visando estimular o senso de pertencimento, a leitura e a convivência comunitária. “Dos jovens atendidos, observamos uma melhora significativa de comportamento e humor, segundo indicadores de avaliação técnica da Fundação Casa”, disse a psicóloga.
Os dados apresentados pela psicóloga revelam que, entre os 49 adolescentes que participaram de forma mais aprofundada do projeto, 17 tiveram a medida de internação reduzida para cinco meses. “Pode parecer um número modesto, mas sabemos que os efeitos mais profundos do projeto ainda vão se manifestar na trajetória de vida desses jovens”, explicou. Ela também destacou o sucesso da biblioteca móvel do projeto, com mais de mil livros emprestados desde 2023, sendo os gibis os mais procurados. Ao final das exposições, os palestrantes agradeceram o espaço e responderam às perguntas dos presentes.
Comunicação Social TJSP – BL (texto) / LC (reprodução e arte)
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