TJSP realiza cerimônia de entronização do Oxê de Xangô
Machado de origem africana simboliza Justiça.
O Tribunal de Justiça de São Paulo realizou, nesta quinta-feira (9), a cerimônia de entronização do Oxê de Xangô, o Machado Sagrado, símbolo de Justiça, equilíbrio e igualdade para os povos tradicionais de matriz africana. O ato ocorreu no gabinete do presidente do TJSP, desembargador Fernando Antonio Torres Garcia, com a presença da Ìyálàsé do Omidayè e consultora dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana (Potmas) da Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Brasil da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Rio de Janeiro (Cevenb OAB-RJ), Arethuza Doria d’Oyá, idealizadora da doação. Também participaram representantes religiosos, culturais e jurídicos que lideraram a iniciativa, magistrados e servidores do TJSP.
A entronização tem como objetivo enaltecer a busca pela construção de uma sociedade mais igualitária. De origem africana, o Machado Sagrado de Xangô possui lâminas duplas, cada uma com olhos que simbolizam a capacidade de enxergar a verdade sob diferentes perspectivas. A peça foi uma doação do artista Diego, Joalheiro dos Orixás, que também participou da cerimônia. O Oxê representa equilíbrio, imparcialidade e a busca pela Justiça. Os Tribunais de Justiça do Rio de Janeiro e da Bahia já receberam o símbolo e o objetivo do grupo é alcançar todas as Cortes do Brasil. Em São Paulo, o Machado ficará exposto no Salão da Biblioteca do Palácio da Justiça, sede do TJSP, acompanhado de descrição informativa. Em sua fala, Arethuza Doria d’Oyá destacou a relevância do ato. “É muito simbólico para os povos de matriz africana ver o Oxê de Xangô no maior tribunal do Brasil. Este gesto derruba muros e fortalece a memória e a dignidade de nossas tradições.”
O presidente do TJSP, desembargador Fernando Antonio Torres Garcia, afirmou que a iniciativa reforça as políticas de inclusão no Judiciário. “Procuramos abrir espaço para a igualdade. Vamos colocar esse símbolo em um local acessível aos milhares de visitantes do Palácio da Justiça, o que demonstra nosso compromisso com o respeito e a diversidade”, disse. Ele também lembrou os desafios históricos e a necessidade de ações contínuas. “Anos de desrespeito não se superam da noite para o dia, mas plantamos a semente e vamos regar com firmeza e responsabilidade”, concluiu.
O Tribunal de Justiça de São Paulo também aderiu ao projeto “Cartilha de Direitos dos Povos Tradicionais de Matriz Africana”, que reúne trechos de leis brasileiras sobre igualdade racial, combate ao racismo e à intolerância religiosa, proteção aos povos originários, entre outros temas. Serão produzidos exemplares impressos e o conteúdo também ficará disponível na internet.
Participaram da solenidade a juíza assessora da Presidência Karina Ferraro Amarante Innocencio, que recebeu os agradecimentos de Arethuza Doria d’Oyá pelo apoio à realização do evento; o presidente da Associação Paulista de Magistrados, juiz Thiago Elias Massad; o presidente da Cevenb OAB-RJ, Humberto Adami; o babalorixá Pina de Oxossí (Axé Bangboxe - RJ); o babalorixá Cido de Oxum (SP); o babalorixá Anderson de Xangô (Bangboxe - RJ); Diego, Joalheiro dos Orixás; dofonitinho Luís de Oxum; ogan Arlindo de Xangô; Bruna de Otin e os servidores do TJSP Priscila Miranda Graça, Flavia Andrea Batista e Mario Jeferson Ferreira.
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Comunicação Social TJSP – CA (texto) / PS (fotos)
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