Palhaços sem Juízo é aprovado pela Coordenadoria da Infância e da Juventude do TJSP

Pelo entendimento, projeto ameniza tensão de crianças em fóruns.

 

        A Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) do TJSP, órgão de assessoria à prestação jurisdicional e às articulações necessárias para o bom desempenho das funções dos magistrados, aprovou por unanimidade o projeto Palhaços sem Juízo, realizado no Fórum Criminal Ministro Mário Guimarães, na Barra Funda, e no Foro Regional de São Miguel Paulista, desde agosto e setembro deste ano, respectivamente. Em reunião ocorrida em 26/11 na sede da CIJ, no Fórum João Mendes Júnior, seis magistrados integrantes da Coordenadoria referendaram a performance artística, que passa a ter apoio institucional da Presidência da Corte paulista.

        Com o objetivo de humanizar o ambiente sisudo do Judiciário e proporcionar arte aos frequentadores dos fóruns, especialmente às crianças, a iniciativa consiste na interação recreativa de palhaços com pessoas que aguardam atendimento pelos corredores dos prédios. “Quando tomei conhecimento do projeto, aprovei prontamente por entender a pretensão lúdica do trabalho”, revela o desembargador Eduardo Cortez de Freitas Gouvêa, coordenador da CIJ. “Além disso, visa a amenizar a tensão de um momento difícil para as crianças que foram vítimas de violência física, sexual ou moral; por tais motivos o projeto foi aprovado”, acrescenta.

        Uma vez por semana, cada uma das unidades recebe a visita de dois artistas da trupe, que se apresentam como “assistentes de juiz”. Caracterizados com maquiagem leve e nariz vermelho, vestindo roupas sociais estilizadas e mescladas com acessórios extravagantes e carregando elementos que remetem ao Judiciário – como volumes de processos –, costumam chegar por volta das 14 horas e saem perto do horário do fim de expediente, às 18 horas. O trabalho é voluntário e sem ônus ao TJSP.

        As personagens exploram elementos relacionados à burocracia por meio da lógica incomum do palhaço: uma mesa pequena com uma caneta gigante, carimbos grandes e canequinhas com café imaginário. A dupla estabelece um primeiro contato visual e, a partir do estranhamento das pessoas, constrói uma pequena narrativa com técnicas de improviso. Mostram-se austeros ao fazer afirmações sem sentido e engraçadas. Podem dizer, por exemplo, que vão contar uma história sigilosa e, com o semblante sério, pedem que, antes, a pessoa pendure uma placa com “segredo de justiça” escrito. Há também intervenções especiais em datas específicas, como o cortejo musical forense, realizado em outubro em celebração ao Dia das Crianças.

        Segundo a juíza Tatiane Moreira Lima, da Vara da Região Leste 2 de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, viabilizadora do projeto quando atuava na Barra Funda, a aprovação do Palhaços sem Juízo gera novas possibilidades. “Já há tratativas para levar as intervenções para o Fórum Brás das Varas Especiais da Infância e da Juventude, e como já está formalizado, pode haver a busca de apoio por meio de leis de incentivo para que mais unidades recebam o projeto”, afirma.

        Com 26 anos de experiência no projeto Doutores da Alegria, a atriz Soraya Saide, idealizadora do Palhaços sem Juízo, junto com a magistrada, tem planos de expansão das atividades. “Procuramos ampliar o entendimento de Justiça e a sensação de pertencimento ao local em um trabalho contínuo que pode ser replicado em outros espaços do Judiciário e até em outras cidades, mas é importante termos uma equipe experiente, que preza pela excelência artística.”

        Além de tornar o ambiente mais leve para os frequentadores, a iniciativa teve boa receptividade junto aos funcionários, confirmada por uma pesquisa interna anônima. Entre setembro e novembro deste ano, 34 servidores do Foro Regional de São Miguel Paulista responderam a avaliação on-line, com nota média de 9,75 do total de 10. “A visita dos palhaços ao cartório transformou o dia de todos, deixando o ambiente mais feliz”, registra um dos 19 comentários, todos positivos.

 

N.R.: texto originalmente publicado no DJE de 4/12/19.

Comunicação Social TJSP — AL (texto)/ KS e RL (fotos)/ JT e MC (arte)

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